Depois do acerto com o técnico Renato Portaluppi, manter Everton, ao menos até o final da temporada, é a nova investida da direção do Grêmio. Renovar o contrato do melhor jogador do Gauchão, já na mira de clubes europeus, é considerado fator prioritário caso o clube ambicione mais taças, avalia o presidente Romildo Bolzan Júnior.
Antes mesmo do encerramento do Gauchão o dirigente já autorizara o CEO Carlos Amodeo e o executivo André Zanotta a negociar com o empresário Gilmar Veloz a ampliação do contrato do atacante, que expira em 31 de dezembro de 2020. A primeira prorrogação havia ocorrido em agosto de 2016, o período de maior crescimento que o jogador havia obtido na carreira até então. Em 2016, o salário foi fixado em R$ 40 mil, mas o valor foi ampliado a partir de metas atingidas, como participação em jogos e títulos.
— Se o Grêmio quiser ganhar alguma coisa, vai ter que ter Everton o ano inteiro — avaliza Bolzan.
Everton justifica com sobras a empolgação do mandatário. Fixado neste ano como titular por Renato, ele dá ao técnico e aos torcedores a certeza de que Pedro Rocha conta, finalmente, com um substituto à altura. Já marcou quatro gols, fez assistências para outros dois e contribuiu com seis passes para finalizações. É, disparado, o jogador que mais tem preocupado os defensores adversários, por conta de sua velocidade e dribles, esta última uma característica cada vez mais marcante.
Ao encaminhar uma renovação de contrato, o Grêmio já projeta um aumento no valor da multa rescisória de Everton, que hoje já é de R$ 130 milhões para clubes do Exterior.
— Nem imaginamos, salvo em caso excepcionalíssimo, perdê-lo antes de obter o ganho desportivo — complementa Bolzan.
Trata-se da repetição da estratégia adotada em relação a Arthur. Ao aceitar a proposta do Barcelona pelo volante, o clube colocou como condição que a saída só se daria após a Libertadores. A política de segurar jogadores ao máximo também se aplicou a Geromel, Luan e mesmo Pedro Rocha, negociado com o Spartak-RUS em agosto.
— Quando Pedro Rocha e Fernandinho saíram, sabíamos que Everton estava pronto para estourar. A solução já estava em casa. E, mesmo assim, ainda trouxemos Alisson e depois Maicosuel — completa Bolzan.
Os números do atacante impressionam. Entre 2014 e 2015, um período de instabilidade do Grêmio, em cujo comando revezaram-se Enderson Moreira e Luiz Felipe Scolari, ele disputou 44 jogos e marcou sete gols. A partir do segundo semestre de 2015, quando Roger Machado assumiu a casamata, viveu um período de afirmação, em que revezava-se no time com Pedro Rocha. Foram, então, 49 partidas e nove gols.
Em 2017, ainda que sofresse a concorrência do mesmo Pedro Rocha e de Fernandinho, entrou em campo 61 vezes e fez 12 gols, o mais importante deles contra o Pachuca, nos Emirados Árabes, pelo Mundial de Clubes, o passaporte para a final contra o Real Madrid.
O bom desempenho já atiçou a cobiça da Lazio, da Itália, o que é confirmado por Gilmar Veloz. Nenhuma proposta, contudo, foi apresentada até o momento ao Grêmio, detentor de 60% dos direitos de Everton.
Os números de um goleador
Em 169 jogos, Everton tem 32 gols pelo Grêmio
2014 e 2015 = 44 jogos, sete gols
2016 = 49 jogos, nove gols
2017 = 61 jogos, 12 gols
2018 = 15 jogos, quatro gols