A última partida do Lanús antes da viagem a Porto Alegre permitiu várias conclusões importantes sobre o adversário do Grêmio na final da Copa Libertadores. Mesmo que o time que foi goleado pelo Defensa y Justicia por 3 a 0, neste sábado (18), em Florencio Varela, tenha sido todo reserva, algumas análises podem ser úteis na projeção da grande decisão de quarta (22), na Arena.
Confira as cinco principais conclusões da partida:
1) A filosofia do goleiro-linha
Nos times do técnico Jorge Almirón, o goleiro é de fato o primeiro atacante. O goleiro reserva Monetti atuou da mesma forma que o titular Andrada, como um líbero. Bons com os pés, ambos iniciam jogadas e estão sempre à disposição para o passe. Ter um goleiro que participa das jogadas ofensivas faz parte da filosofia do treinador.
2) A importância do centroavante para Almirón
O técnico do Lanús faz tanta questão de ter um centroavante de ofício que, no jogo contra o Defensa y Justicia, além de poupar o titular e goleador José Sand, preservou também o seu reserva imediato Germán Denis, que também tem as mesmas características. O motivo: não quer correr o risco de ficar sem um camisa 9 até mesmo no banco contra o Grêmio. O problema é que, no jogo de sábado, faltou justamente este homem de referência.
3) Um esquema tático que todos são obrigados a se adaptar
O esquema tático do time reserva do Lanús foi exatamente o mesmo do time titular, um 4-3-3 com um volante mais marcador, dois meias que saem mais, dois ponteiros e um centroavante. O lado ruim é que, sem os titulares, o time perde várias virtudes. O lado bom é que qualquer reserva que entrar em campo contra o Grêmio estará adaptado à formação.
4) Um grupo que deixa a desejar
O time do Lanús é excelente, conforme comprovam os números da Copa Libertadores e do Campeonato Argentino nos últimos anos. O grupo, porém, tem muitas carências. O rendimento da equipe quando jogam os reservas despenca de uma maneira muito grande, o que mostra uma certa carência de opções quando há necessidade.
5) A cultura da entrevista pós-jogo do treinador
No Brasil e em qualquer clube grande do mundo, a entrevista pós-jogo do treinador é um ritual obrigatório, exigido inclusive por patrocinadores. No Lanús, não. Após a derrota por 3 a 0 para o Defensa y Justicia, o técnico Jorge Almirón simplesmente decidiu não aparecer na entrevista coletiva. O fato não gerou nenhum tipo de crise na imprensa local, muito pelo contrário, foi encarado com naturalidade. Segundo os setoristas do Lanús, é comum o treinador não falar quando perde, exceto em partidas pela Copa Libertadores, quando há exigência da Conmebol.