O Brasil contará com toda a experiência de Marta nos Jogos Olímpicos de Paris. Talvez, pela última vez. A lendária camisa 10 já demonstrou o interesse de aposentar-se da Seleção Brasileira ao final desta temporada. Portanto, essa pode ser a tentativa final de conquistar uma medalha de ouro histórica com a camisa canarinho.
— Não vai faltar vontade, garra pra gente ir em busca desse sonho, que não é só das atletas, mas de uma nação. Estamos trabalhando muito e acredito que teremos a oportunidade de mostrar isso desde o primeiro momento quando estivermos nas Olimpíadas, que é uma competição difícil, de muito equilíbrio — disse Marta em entrevista divulgada pela CBF.
Marta disputou sua primeira Olímpiada em 2004, em Atenas. Há 20 anos, ela, Formiga e Cristiane levaram o Brasil até a final. Mas a Seleção acabou tropeçando na decisão, diante dos Estados Unidos, e ficando apenas com a prata. Agora, apenas a camisa 10 segue defendendo as cores canarinho e segue com o sonho de comandar a equipe em busca de algo único.
— Na minha primeira, eu tinha 18 anos e tudo era novo para mim. Eu estava descobrindo sobre o futebol feminino brasileiro. Já atuava na Suécia, mas tinha pouca oportunidade de estar na Seleção, que jogava menos naquela época, os amistosos eram em menor número. Hoje, a bagagem é um pouco maior, com muito mais experiência, e isso faz com que a gente saiba da responsabilidade, mas com tranquilidade.
De Atenas para Paris, no entanto, quase tudo mudou para o futebol feminino. Da estrutura à valorização, passando pelas cobranças e pela nova geração de meninas que defendem a Seleção Brasileira.
— Vejo mudança em tudo em comparação ao início dos anos 2000: na estrutura de muitos clubes, na estrutura da Seleção Feminina, na abordagem do futebol feminino em nosso país. Vejo como realmente as pessoas estão empolgadas com o momento da modalidade e acreditam que possa melhorar cada vez mais, acompanham as meninas e têm uma facilidade maior de ter notícias sobre o futebol feminino no país. Hoje, a mídia fala mais, naquela época não tínhamos isso — enfatizou Marta.
O que também mudou foi o comando técnico. Na última Copa do Mundo, o Brasil tinha Pia Sundhage na casamata. Agora, Arthur Elias disputará seu primeiro megaevento como treinador da Seleção.
— Ele é um cara que consegue deixar muito claro o objetivo dele aqui. Não consigo vê-lo com dúvidas, ele tem muita certeza do que quer fazer na seleção. Está passando diretamente isso para as atletas e eu acho que a gente está assimilando tudo muito bem. É tentar captar o máximo possível de informação para que possamos desempenhar o melhor dentro de campo — afirma.
O primeiro passo do Brasil em busca de um ouro histórico será em 25 de julho, às 14h, contra a Nigéria. A partida ocorre no Stade de Bordeaux, em Bordeaux. A equipe ainda enfrenta Japão e Espanha para buscar a classificação à segunda fase.