O ex-lateral-esquerdo Roberto Carlos pediu ajuda da imprensa para que o atacante Neymar volte a defender a Seleção Brasileira. Em um evento da Fifa, nesta quinta-feira (15), em Doha, o pentacampeão lembrou das críticas que sofreu após a eliminação na Copa 2006 e pediu que os jornalistas deem mais "palavras de ânimo" ao camisa 10 brasileiro, após a derrota no Mundial do Catar.
— Isso é com vocês. Se vocês acham que o Neymar tem que estar na Seleção, vocês podem ajudar nisso. Eu mesmo parei (de jogar pela Seleção) quando ouvi críticas que não me acrescentavam nada. Quando me fizeram elogios, eu estava Seleção. Não são só os ex-jogadores que têm que falar. Peço que vocês da imprensa ajudem neste caso. Na derrota, claro que pode criticar. Mas a palavra de ânimo, para a gente, também é muito boa. Nós, ex-jogadores, damos palavras de ânimo, mas eles também precisam de vocês (imprensa). Os jogadores não querem ficar ouvindo críticas toda hora. Se vocês puderem ajudar, o Neymar vai ficar (na Seleção) — disse.
Em entrevista concedida durante a Legends Cup, competição de futebol entre ex-jogadores organizada pela Fifa, em um clube de tênis de Doha, Roberto Carlos ainda analisou a eliminação do Brasil nas quartas de final do Mundial, para a Croácia, e se disse surpreso com o alto número de lesões no elenco brasileiro, sobretudo dos laterais.
— Vários laterais se machucaram, infelizmente. São coisas do futebol. Não entendo ainda o motivo dessas lesões se todos estavam no meio da temporada. Na minha época, eu jogava todos os jogos. Eu não tinha reserva. Hoje, tínhamos um reserva, o Alex Telles, que também se machucou. Mas o Brasil já está fora. Agora não adianta dar voltas. Temos que parabenizar França e Argentina e nos preparar para 2026 — completou.
Roberto Carlos criticou ainda o fato de os jovens atletas brasileiros de hoje terem preferência por atuarem no ataque, o que prejudica, segundo ele, a formação de novos laterais.
— Se os meninos quiserem todos jogarem de atacante, não vai ter mais tantos laterais como na nossa época — opinou.
O ex-lateral ficou em cima do muro quando perguntado sobre a final de domingo (18), entre Argentina e França.
— Vou torcer para que seja um grande jogo. Não tenho preferência. Depois que o Brasil saiu, não tenho uma seleção favorita. Tenho amizade com a maioria dos jogadores de França e da Argentina, realmente não tenho preferência — declarou.
Por fim, questionado sobre a possibilidade de um técnico estrangeiro treinar a Seleção, Roberto Carlos foi curto e enigmático.
— Estou me preparando para ser treinador da Seleção — disse, sem entrar em detalhes sobre qual o seu planejamento para isso.