Pela segunda vez consecutiva o Brasil foi eliminado nas quartas de final da Copa do Mundo. Segue também a sina de não vencer equipes europeias em jogos eliminatórios de Mundiais desde o penta, em 2002. Desta vez, o algoz foi a Croácia, que superou os brasileiros nos pênaltis, por 4 a 2, após empate em 1 a 1 na prorrogação.
Depois do revés diante dos croatas, o técnico Tite foi um dos personagens mais criticados pelo fracasso no Catar. Abaixo, GZH lista cinco possíveis erros do treinador que contribuíram para a desclassificação:
Postura após o gol de Neymar
Após um primeiro tempo complicado, a Seleção Brasileira até conseguiu criar oportunidades na etapa final. O gol, no entanto, só veio antes do intervalo da prorrogação. Nos 15 minutos restantes, mesmo com a vantagem no placar, o Brasil continuou atacando. No lance do gol marcado por Petkovic, por exemplo, os volantes Casemiro e Fred aparecem no setor ofensivo ao mesmo tempo, assim como os laterais Danilo e Alex Sandro, e não conseguem voltar a tempo de dar suporte à defesa.
— Ali não precisava mais agredir para matar o jogo. Levamos gol de contra-ataque por não ter essa ideia bem definida na reta final — ressaltou Diogo Olivier, colunista de GZH.
Ordem dos cobradores nas penalidades
Coube a Rodrygo, um dos atletas mais jovens do elenco brasileiro, ao lado de Gabriel Martinelli, a responsabilidade de cobrar o primeiro pênalti. O erro acabou abalando a confiança da equipe. Para piorar ainda mais, Neymar, a referência técnica do time, acabou ficando por último na série de cobranças. Após a partida, o técnico Tite justificou as escolhas.
— Ele é o quinto e decisivo pênalti, que fica com uma pressão maior, do jogador que tem melhor qualidade, melhor mentalmente, para suportar a cobrança — defendeu o treinador.
Formação do elenco
Mesmo com a possibilidade de convocar 26 jogadores, Tite parece não ter encontrado as melhores opções. Nas laterais, por exemplo, levou opções muito diferentes. Para a vaga de Danilo, que tem maior força defensiva, a única opção era Daniel Alves, conhecido pela capacidade ofensiva. Desta forma, teve de improvisar, utilizando Militão no lado direito. Na esquerda, a situação foi semelhante, com Alex Telles sendo alternativa a Alex Sandro.
No meio-campo, Bruno Guimarães e Fred não chegaram a empolgar, fazendo com que Paquetá tenha sido utilizado como o jogador mais próximo de Casemiro, o que talvez não fosse o ideal em situações que pediam mais efetividade defensivamente.
Insistência com algumas peças
Essa foi uma crítica feita a Tite durante todos os seis anos em que o gaúcho esteve no comando da Seleção. Nessa Copa do Mundo, não foi diferente. Com Paquetá cansado, o treinador optou por botar Fred no lugar do camisa 7. No entanto, o jogador do Manchester United não vinha bem durante a Copa e recebeu críticas nos minutos em que esteve em campo nas outras partidas. Além disso, optou por deixar Danilo e Alex Sandro em campo, ambos que acabaram de se recuperar de lesão, e tirou Militão, que vinha fazendo uma boa partida, tendo ainda Daniel Alves, Bremer e Fabinho como opções "mais defensivas" no banco.
Troca de Vinícius Júnior
O camisa 20 era um dos poucos que tentavam, mas foi um dos primeiros a sair da equipe ainda na etapa final do tempo normal. Precisando de velocidade, Tite tirou o oitavo melhor jogador do mundo e perdeu uma das suas principais armas para furar a retranca croata. O resultado até ajudava o treinador até cinco minutos antes da prorrogação acabar, mas foi uma troca precipitada pensando no que o jogo podia se tornar nos 120 minutos.