O árbitro de vídeo (VAR) foi usado 335 vezes durante as 48 partidas da primeira fase da Copa do Mundo na Rússia. Foram 122 gols e inúmeras situações polêmicas verificadas pela tecnologia, explicou nesta sexta-feira (29) o chefe de arbitragem da Fifa, o italiano Pierluigi Collina. No total, 14 decisões foram modificadas durante as partidas da primeira fase, enquanto outras três foram confirmadas.
No primeiro Mundial com este recurso, 11 pênaltis acabaram assinalados com o auxílio do VAR e, segundo levantamento feito pelo Esporte Interativo, haveria modificações nos confrontos das oitavas de final se os árbitros de vídeo estivessem de fora da Copa.
É preciso considerar, claro, que não são apenas lances pontuais que mudam o resultado de uma partida. Portanto, a ideia do levantamento é fazer com que o torcedor veja marcações que poderiam interferir na classificação e, também, mostrar a importância desta tecnologia.
Lances como o pênalti sofrido por Cristiano Ronaldo no jogo entre Portugal e Irã não foram levados em consideração por não terem afetado o resultado das partidas. Neste lance, o atacante português caiu na área após disputa com Ezatolahi, mas o juiz mandou a partida seguir. Pouco depois, o árbitro acionou o VAR e marcou a penalidade, mas o goleiro Beiranvand defendeu, mantendo o resultado caso o pênalti não tivesse sido assinalado.
Oitavas de final sem o VAR
- Portugal x Rússia
- Uruguai x Espanha
- Dinamarca x Argentina
- Croácia x França
- Brasil x Suécia
- México x Suíça
- Bélgica x Colômbia
- Senegal x Inglaterra
Grupos A e B
No jogo em que o Uruguai venceu a Rússia por 3 a 0, o VAR foi utilizado aos 24 minutos da segunda etapa. Dzyuba, da Rússia, e Godín, do Uruguai, se chocaram dentro da área celeste e, após a consulta, os árbitros de vídeo e de campo concluíram que o lance foi normal e a jogada sequer foi interrompida. Portanto, no Grupo A, a utilização do VAR não foi o suficiente para alterar algum resultado ou a posição das seleções. Sendo assim, Uruguai e Rússia se mantiveram como as classificadas.
No Grupo B, porém, a situação seria diferente. Sem o VAR, é possível que em vez de empatar em 1 a 1, Portugal teria vencido o Irã por 1 a 0. Isso porque, nesta partida, o árbitro de vídeo foi consultado três vezes. O terceiro e último lance foi um pênalti para o Irã. Após cruzamento na área, o atacante Azmoun cabeceou e a bola bateu no braço do lateral Cédric. No momento do lance, o árbitro da partida não constatou a irregularidade e mandou o jogo seguir. Segundos depois, o juiz foi comunicado pelo VAR que havia irregularidade, foi consultar o lance e marcou o pênalti que resultou no empate do time asiático.
Nos 2 a 2 entre Espanha e Marrocos, aos 46 minutos da etapa final, Aspas empurrou a bola para o fundo das redes, mas o bandeirinha marcou impedimento. Ao consultar o VAR, o juiz validou o gol de empate da Fúria, que ganhou a primeira colocação do grupo. Se não houvesse o auxílio do árbitro de vídeo, os confrontos seriam Uruguai x Espanha e Portugal x Rússia.
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Grupos C e D
Em França 2 x 1 Austrália, o árbitro de vídeo foi consultado pela primeira vez na história da Copa do Mundo. O lance foi em Antoine Griezmann. Após o francês puxar contra-ataque e sofrer falta dentro da área, o juiz originalmente não marcou o pênalti e mandou seguir o jogo. Logo depois, o árbitro foi consultar o vídeo e decretou a penalidade que resultou no primeiro gol dos Bleus. Se não houvesse o auxílio do VAR, a partida teria ficado em 1 a 1.
No empate em 1 a 1 de Dinamarca e Austrália, Leckie cabeceou e a bola tocou na mão de Poulsen, mas o árbitro mandou o jogo seguir. Segundos depois, o juiz foi avisado do lance e consultou o VAR, comunicação que resultou no pênalti e, consequentemente, no gol para a Austrália. Se não houvesse o VAR, a Dinamarca teria vencido os Socceroos por 1 a 0 e se classificado em primeiro no grupo. Assim, os confrontos seriam Dinamarca x Argentina e França x Croácia.
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Grupos E e F
A Suécia venceu a Coreia do Sul por 1 a 0 graças a um pênalti aos 17 minutos da segunda etapa. O meia sueco Claesson caiu na área e o juiz mandou o jogo seguir. Segundos depois, o árbitro optou por consultar o VAR e marcou o pênalti, que acabou sendo convertido pelo time sueco.
Em Coreia do Sul 2 x 0 Alemanha, aos 46 minutos da segunda etapa, o árbitro da partida anulou o gol coreano alegando impedimento após uma confusão na área. Ao consultar o VAR, o juiz viu que o meia alemão Toni Kroos havia tocado por último na bola, o que não invalidaria o gol do Kim Young-Gwon. Sem o VAR, os confrontos seriam Brasil x Suécia e México x Suíça.
Grupos G e H
Senegal, em vez de perder por 1 a 0 para a Colômbia, poderia ter empatado a partida em 1 a 1. Aos 22 minutos da primeira etapa, o árbitro apontou pênalti para Senegal após Davinson Sánchez impedir o chute de Mané. Ao consultar o VAR, o juiz voltou atrás da decisão. Ou seja, os senegaleses teriam, em tese, feito um gol de pênalti. Com isso, sem o VAR, os confrontos seriam Bélgica x Colômbia e Senegal x Inglaterra.