Desde que começou a Copa da Rússia, o árbitro assistente de vídeo vem mostrando critérios confusos na hora de interferir ou não nas decisões do juiz principal. É claro que houve acertos importantes, mas também ocorreram erros que não poderiam ter acontecido com o uso do recurso eletrônico. O resumo de tudo até aqui era de que a tal novidade tecnológica estava gerando mais polêmicas do que soluções. Felizmente, veio o lance emblemático. O árbitro de vídeo mostrou a que veio com o acerto gigantesco no gol que eliminou a Alemanha. É para isso que ele existe.
Há um princípio básico na concepção do projeto do VAR (sigla em inglês para árbitro de vídeo). O recurso busca o maior benefício com a menor interferência possível. O problema é que em alguns jogos da Copa do Mundo estávamos acompanhando situações de muita interferência com benefício discutível. A partida entre Irã e Portugal foi um bom exemplo de como o árbitro de vídeo não deve operar. Ali, ele parecia querer tomar para si o apito que deve ser do juiz principal.
Na derrota por 2 a 0 da Alemanha contra a Coreia do Sul, o árbitro de vídeo mostrou a maior capacidade possível de evitar um erro grosseiro. O lance era muito difícil para uma marcação precisa do bandeira, que acabou dando impedimento equivocado de Kim Young-Gwon. Somente com o recurso é possível perceber que a origem da jogada foi um toque de Kroos para trás. Com o pé esquerdo, ele acabou dando um passe para o sul-coreano marcar o gol. De acordo com a regra 11, que trata dos lances de impedimento, não há como caracterizar posição irregular em lances em que a bola vem do adversário. Isso torna o gol absolutamente legal.
Não vou cansar de repetir. É para isso que o árbitro de vídeo existe. Ele tem papel fundamental de evitar erros claros de arbitragem. Foi o que ocorreu na derrota da Alemanha contra a Coreia do Sul. Já temos o maior acerto do VAR na Copa da Rússia.