O empate em 1 a 1 entre Inter e Flamengo foi marcado por lances polêmicos, mas teve predominantemente decisões acertadas de Davi Lacerda, jovem árbitro do Espírito Santo.
O único erro da arbitragem, e que considero que deveria ter tido uma decisão diferente, foi o cartão amarelo para Rogel após uma entrada duríssima em Bruno Henrique. Em uma tesoura com carrinho alto, com velocidade e intensidade, o defensor do Inter escapou de uma expulsão direta. O VAR respeitou a interpretação de Lacerda, o que é compreensível considerando o critério que vem sendo adotado na competição. Contudo, mesmo sendo algo interpretativo, a análise do lance sugere que o vermelho direto seria mais adequado para um jogo brusco grave.
Por outro lado, Lacerda teve acertos significativos ao longo da partida. A marcação do pênalti a favor do Flamengo foi correta. Thiago Maia, ao abrir o braço e bloquear a bola, assumiu o risco de cometer a infração, e o juiz, bem posicionado, não hesitou. A interpretação foi precisa, e o lance não deixa margem para contestação.
Outro lance discutido foi o pênalti protestado pelo Inter. A bola bate no cotovelo de Varrela e considero que a decisão de não marcar a infração foi acertada. O jogador do Flamengo recolheu o braço junto ao corpo e fez um movimento claro de evitar o risco da infração. Lance normal.
Uma terceira situação gerou incômodo nos torcedores do Inter, na disputa entre Gerson e Wesley dentro da área colorada. O braço aberto de Gerson acabou tocando o rosto do adversário, mas sem a intensidade necessária para justificar a marcação de uma falta. Wesley valorizou o contato. Davi Lacerda estava bem colocado e mandou seguir. Foi uma decisão que mostrou firmeza na condução.
O destaque positivo na atuação da arbitragem foi o critério de condução do jogo, elogiado até mesmo por Roger Machado. O jovem árbitro permitiu o contato físico e proporcionou uma partida dinâmica com apenas 24 faltas. Esse número é baixo para o padrão brasileiro e mostra a confiança do árbitro em seu estilo de apitar.
Davi Lacerda é, sem dúvidas, uma boa surpresa na arbitragem nacional em 2024. Em seus 18 jogos no Brasileirão, ele vem mostrando um estilo de condução firme e mantendo uma regularidade que o coloca acima de alguns árbitros Fifa. Aos 28 anos, Lacerda ainda tem um longo caminho pela frente, e sua trajetória deve ser acompanhada de perto. Esse desempenho consistente faz dele uma promessa e, talvez, um futuro nome de referência na arbitragem brasileira.
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