Após a formalização feita por Grêmio, Inter e Juventude para paralisação do Campeonato Brasileiro, a CBF chamou para o dia 27 uma reunião para tratar do tema. Na rodada do final de semana, diferentes personagens do futebol se manifestaram sobre o assunto.
GZH selecionou declarações de dirigentes, técnicos e atletas sobre a parada ou sequência da competição enquanto o Rio Grande do Sul sofre a maior tragédia climática de sua história.
Posições a favor da parada
Sérgio Coelho, presidente do Atlético-MG
"O futebol é muito importante, mas é importante que a gente também veja as dificuldades. Quando existe uma catástrofe, ela tem que ser tratada como catástrofe, e o que está acontecendo no Rio Grande do Sul é uma catástrofe. Os clubes e pessoas de lá não tem a menor condição de estar envolvidos, hoje, no futebol. Eles estão emocionalmente abalados. Eles não têm condições de treinar, têm familiares e amigos que estão passando dificuldades, podem ter perdido alguém da família, casa destruída. Para dar isonomia a esses clubes, no meu entendimento é que deveria parar o Campeonato Brasileiro".
Cuca, técnico do Athletico-PR
"Os times que estão acumulando jogos para frente, o que vai acontecer com eles? Eles vão chegar e jogar sem treino? Vai estourar jogador. Essa sequência maluca que estão propondo, não permite isonomia, igualdade no campeonato. Na minha opinião, temos que ser justos, temos que parar".
Mateus Pereira, meia do Cruzeiro
"É muito difícil, situação complicada, foge do controle do ser humano. A gente tem que ser solidário nesse momento. O futebol é muito importante, mas as vidas são muito mais importantes. Por mim, acho que tem que parar (o Campeonato Brasileiro), e a gente se conscientizar, ser solidário".
Posições contra a parada
Bruno Spindel, diretor executivo do Flamengo
"Tem uma série de outras atividades no Brasil que não foram paradas pela catástrofe. Queremos ajudar da melhor forma, e o Flamengo entende que pode ajudar mais se o campeonato seguir. A gente se solidariza, o lado humano, as vidas, tudo que podemos fazer para ajudar... O Flamengo, de uma forma ou outra, vai continuar ajudando. A gente entende que se continuar a trabalhar vai ajudar mais. O pix de hoje foi todo para a ação da cidadania, é uma forma importante de ajudar".
Anderson Barros, diretor de futebol do Palmeiras
"Será que todas aquelas pessoas que dependem do futebol seriam capazes de suportar um período de não futebol? Será que todos os trabalhadores que dependem do que está em torno do futebol seriam capazes de suportar o momento? Tivemos um exemplo recente e sabemos quanto os clubes sofrerem quando pararam. Será que a melhor forma será com a paralisação do futebol? O Palmeiras deu exemplo na pandemia e estamos sempre preocupados com o que representa o futebol para todos. Essa tragédia poderá ser superada só com muito trabalho e dedicação. Pensarmos no futebol como um todo, fica muito claro para nós que somente o trabalho fará com que a gente supere essa situação. Não tem como. Somente com trabalho. Entendemos que não deve parar o Brasileiro. Devemos continuar, encontrar soluções".
Adson Batista, presidente do Atlético-GO
"Penso que não é solução parar o campeonato. Parar por quê? Para podermos ficar aqui sofrendo e chorando? Não adianta. Não adianta criar um problema em cima de outro. Temos que continuar o campeonato, dar apoio aos irmãos do Sul, mas sem prejudicar a competição. Senão vamos passar pelos mesmos problemas da época da Covid-19. Com jogos cedo, à tarde e à noite. Time emergente como o Atlético-GO não tem estrutura para jogar um campeonato com bom nível pensando dessa forma".
Sem posição definida
Juan Pablo Vojvoda, técnico do Fortaleza
"É uma opinião da minha parte. Primeiro me solidarizar com a gente do Rio Grande do Sul. A preocupação é nossa. Não sei se tanto de falar, mas sim de fazer e o clube está fazendo medidas de solidariedade. Quanto à opinião de Vojvoda, acho que é uma situação complicada. Sou sincero. Não sei se tive tempo para pensar o que é melhor para o Campeonato Brasileiro. Se a CBF está em dúvida, imagina Vojvoda, que não parou para pensar. Muitas vezes não está na minha parte. Penso somente futebol, penso somente nas partidas. Muitas vezes esqueço coisas familiares e foco toda aminha energia na partida seguinte. Minha energia está no Fortaleza. É uma situação complicada, mas acho que a CBF tem de tomar decisões, que nem eu tomo decisões com o meu time. Que tomem a decisão e nós acataremos a decisão deles".