Usando partículas infinitesimais de ouro, pesquisadores descobriram um modo de parar o processo de coagulação sanguínea e depois reiniciá-lo.
A técnica pode melhorar em grande medida os procedimentos cirúrgicos, afirmou Kimberly Hamad-Schifferli, bioengenheira do Laboratório Lincoln do MIT, que esteve envolvida com a pesquisa. A pesquisadora e seus colegas relatam as descobertas no periódico PLoS One.
Atualmente, os cirurgiões usam anticoagulantes, como a heparina, para evitar a formação de coágulos durante a cirurgia. Esses anticoagulantes são eficazes na prevenção de coágulos, mas demoram a sair da corrente sanguínea.
- Essa mudança reversível é importante - afirmou Hamad-Schifferli. - Durante a cirurgia, é necessário suspender a coagulação temporariamente e, quando a cirurgia termina, é preciso restaurá-la.
A pesquisadora e sua equipe misturaram em tubos de ensaio cadeias de DNA presas a nanopartículas de ouro dez mil vezes mais fino que um fio de cabelo e sangue humano.
- Quando o ouro é assim pequeno", afirmou Hamad-Schifferli, "é possível estimulá-lo usando luz infravermelha.
Assim, os cientistas usaram feixes de laser infravermelho para liberar as cadeias de DNA que evitam a coagulação e, em seguida, para liberar as cadeias que restituem a coagulação.
Esses lasers podem ser incorporados aos instrumentos que os cirurgiões já utilizam, afirmou Hamad-Schifferli. Entretanto, "isso vai demorar algum tempo. O próximo passo será testá-lo em animais".