A Secretaria do Tesouro Nacional lançou nesta terça-feira (1º) um novo título do Tesouro Direto, que tem como objetivo disponibilizar uma renda complementar para custear estudos universitários. Chamado de Tesouro Educa+, o investimento é destinado a pessoas de todas as idades e deve gerar retornos mensais durante o período de cinco anos.
O novo produto é fruto de uma parceria da pasta com a bolsa de valores brasileira (B3). Com o lançamento, o Tesouro Direto passa a ter cinco títulos: Selic, IPCA+, Prefixado, RendA+ e Educa+.
— É um título voltado para o ciclo universitário para garantir a universidade dos nossos jovens e das nossas crianças, de uma forma simples e democrática — resumiu o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, no vídeo de divulgação do novo título.
Confira, abaixo, perguntas e respostas sobre o Tesouro Educa+
Quem pode comprar o título?
De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, o Educa+ está disponível para todas as pessoas físicas que tiverem interesse em investir para cobrir gastos com seus próprios estudos ou de demais familiares, sejam eles de Ensino Superior, especialização ou qualquer outra natureza.
A partir de quando será possível investir?
As negociações do Educa+ começam às 15h30min desta terça-feira (1°). O investimento pode ser feito diretamente pela corretora utilizada pelo investidor ou pelo site do Tesouro Direto, onde é necessário realizar cadastro, informando seu CPF e demais dados pessoais. O pagamento pode ser feito via Pix.
Pode cadastrar menores de 18 anos?
Neste momento, é possível cadastrar menor de 18 anos apenas nas corretoras parceiras do Tesouro Direto, seguindo o passo a passo disponível neste link. Em breve, haverá um cadastro simplificado para menores disponível nos portais da plataforma de investimento.
Qual o tempo de investimento e valor mínimo?
O investimento no título do Educa+ dura de três a 18 anos e, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, o valor mínimo das aplicações é de R$ 30. É possível fazer agendamentos de aportes mensais e também completar com valores extras a qualquer momento durante a fase de acumulação.
Como funciona o Educa+?
Após o período de acumulação, que vai do início do investimento até o ano de vencimento do título, o investidor começa a receber o retorno financeiro todos os meses, pelo período de cinco anos. O recebimento das parcelas mensais ocorrerá a partir de 15 de janeiro do ano escolhido. Inicialmente, serão disponibilizados 16 títulos, com o primeiro vencimento em 2026 e a cada ano subsequente.
É possível resgatar o valor investido a qualquer momento?
Não. O investidor só poderá resgatar seu valor após o período de carência de 60 dias. Entretanto, conforme o Tesouro Direto, o montante estará sujeito à variação do juro, assim, pode não ser vantajoso resgatá-lo antes da data de conversão, que é aquela escolhida para o início do recebimento das parcelas mensais.
Qual a rentabilidade do Educa+?
Os investimentos serão corrigidos com retorno acima da inflação durante o período de acumulação até a data em que o investidor passará a receber os pagamentos mensais. Além da correção à inflação, o título público rende juros e paga 60 parcelas mensais ao invés de pagar todo o valor investido no vencimento, como geralmente ocorre nos demais títulos do Tesouro — exceto o RendA+.
— Uma mensalidade que hoje é R$ 500, daqui a cinco anos será mais cara. A correção significa que, lá na frente, a pessoa vai receber um valor mais alto, que seja equivalente a esses R$ 500 de hoje — explica Adriano Severo, educador financeiro e analista de investimentos.
Se o responsável pela conta falecer, o que acontece com o investimento?
O Educa+ segue as regras dos demais títulos do Tesouro Direto, portanto, em caso de falecimento do responsável pela conta, o investimento entra no inventário e é passado aos herdeiros.
É preciso comprovar o uso dos recursos obtidos com o investimento?
Não. O Educa+ foi desenhado para o pagamento dos custos relacionados à universidade, incluindo mensalidades, despesas com alimentação, moradia e materiais escolares. De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, é possível utilizar a renda do investimento para realizar outros cursos e até mesmo intercâmbio educacional. Ou seja, não há restrições quanto ao uso e nem necessidade de comprovar que o valor foi investido para esse fim.
Quais são os custos de investir no Educa+?
O investimento oferece a possibilidade de isenção da taxa de custódia, cobrada pela bolsa brasileira (B3) para cobrir os custos de operacionalização do sistema de negociação de títulos do governo. Esse valor será zerado para quem carregar o Tesouro Educa+ até a data de conversão, com o limite de até quatro salários mínimos de renda mensal nos cinco anos seguintes. Quem realizar o resgate antes dessa data, terá de pagar a taxa. Se o resgate ocorrer em um período inferior a sete anos, o custo será de 0,50% ao ano sobre o valor resgatado. Entre oito e 14 anos, a taxa cobrada será de 0,20% ao ano. E, acima de 15 anos, totalizará 0,10% ao ano.
Como simular o investimento?
O site do Tesouro Direto disponibiliza um simulador de investimento para os interessados. Na plataforma, é possível fazer um planejamento financeiro para seu filho, por exemplo. Para isso, basta informar sua idade atual, com quantos anos deve ingressar na universidade e a renda mensal que pretende receber pelo período de cinco anos. Também é possível acrescentar o valor do investimento inicial.
As estimativas do simulador mostram que, para um jovem receber uma parcela mensal de R$ 500 durante cinco anos, a partir dos 18, seus pais precisam investir cerca de R$ 78,45 por mês logo após seu nascimento. Agora, no caso de uma criança de 10 anos, seria necessário aplicar R$ 212,01 mensalmente.
Para quem este investimento é indicado?
De acordo com o educador financeiro e analista de investimentos Adriano Severo, o Educa+ é indicado para todas as pessoas que desejam juntar dinheiro para gastos com ensino. Ele aponta que não é preciso ter valores muito altos, já que as aplicações são a partir de R$ 30, e que também não é preciso ter conhecimento prévio sobre investimentos.
Quais os riscos e cuidados necessários?
O especialista indica que, para garantir uma aplicação segura, a pessoa deve fazer o investimento por meio de uma corretora credenciada. Não é recomendado, por exemplo, transferir o aporte inicial para a conta de qualquer outra pessoa física que se ofereça para ajudar no processo — esse cuidado é importante para evitar golpes.
— O ponto principal é fazer em um local certificado, porque a aplicação do Tesouro em si é considerada livre de risco. Na hora de escolher, deve pensar bem nos prazos. Além disso, é importante lembrar que a pessoa não pode resgatar em menos de 60 dias, que é o período de carência, e que, se tirar o valor antes do vencimento do título, pode ter prejuízo, devido à variação do juro — alerta Severo.