Após um longo enclausuramento provocado pelo ataque avassalador do coronavírus, os brasileiros puderam respirar um pouco mais aliviados por baixo de suas máscaras ao final de 2021. Não houve um grande marco que indicasse a retomada de uma vida um pouco mais próxima do velho normal. Foi aos poucos, por meio de flexibilizações parciais e progressivas, que se voltou a ver crianças de mochila às costas correndo para não perder o horário do colégio ou torcedores outra vez em filas barulhentas rumo aos estádios de futebol.
O terreno conquistado pela ciência no embate contra a covid-19, graças às vacinas, ao distanciamento social e às máscaras, permitiu ainda em maio a reabertura de estabelecimentos como cinemas e teatros. As aulas presenciais reiniciaram no meio do ano e, no começo de novembro, o governo estadual determinou que a volta até então parcial passaria a ser obrigatória para todas as redes de ensino em todos os níveis.
Em setembro, já havia sido anunciada a volta gradual do público aos estádios gaúchos, em uma combinação de flexibilizações temidas por alguns especialistas como um risco pelo fato de o grau de circulação do vírus jamais ter sido derrubado a um patamar satisfatório. Ainda assim, graças principalmente à campanha de imunização, hospitalizações e óbitos caíram em mais de 90% desde o auge da pandemia, registrado em março.
Desde então, o cenário se tornou cada vez mais favorável para a recuperação de velhos hábitos como sair para jantar, ir a um espetáculo musical ou a uma peça de teatro, ou ainda viajar no final de semana.
— A retomada ao longo dos últimos meses foi lenta e gradual, mas sempre para a frente. Por isso, insistimos para que todos que ainda não se vacinaram se vacinem. Essa será a nossa salvação — avalia o presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky.
A retomada parcial da rotina trouxe algum alívio a setores como comércio, hotelaria e gastronomia, ainda abalados pelas restrições impostas desde o ano anterior.
— Nos últimos três meses não pudemos nos queixar, principalmente na comparação com 2020, que foi uma catástrofe — observa Chmelnitsky.
Insistimos para que todos que ainda não se vacinaram se vacinem. Essa será a nossa salvação.
HENRY CHMELNITSKY
Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha)
O presidente do Sindha acredita que em um horizonte próximo deverão ser mantidas algumas das mudanças trazidas pela pandemia, como uso de máscara, álcool gel, distanciamento e outros cuidados básicos, mas que isso não representa um problema para setores de serviços já habituados desde antes do coronavírus a seguir normas sanitárias.
Ainda falta muito para que o coronavírus deixe de pautar a rotina dos brasileiros, e talvez jamais se volte à rotina anterior à covid-19, mas 2021 termina mais parecido com a vida de sempre.