A partir deste domingo (16), os cinemas gaúchos poderão reabrir as suas salas, conforme o novo sistema de indicadores de risco para prevenir o contágio por covid-19 no Estado. O conjunto de regras anunciado na tarde desta sexta-feira (14) pelo governador Eduardo Leite substitui o modelo de bandeiras do distanciamento controlado, que estava vigente há um ano. Assim, a eventual proibição da abertura dos espaços será definida pelos municípios, que terão mais autonomia.
Para Ricardo Difini Leite, diretor do GNC Cinemas e presidente da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec), a decisão é um alívio para o setor e a sua expectativa é que, com essa permissão, os cinemas possam recomeçar gradualmente a retomada. Ele acredita, ainda, que todos os exibidores do Rio Grande do Sul deverão voltar a receber o público entre domingo e quinta-feira (20).
— O GNC, por exemplo, vai começar a se organizar agora para reabrir as suas portas na próxima quinta, que é o começo da cine semana, com a chegada dos lançamentos. Vamos retomar seguindo rígidos protocolos, com ocupação máxima de 40%, intervalos entre as sessões para higienização das salas e distanciamento — destaca Difini.
Apesar de otimista, Difini enfatiza que os números que as salas conquistavam antes da pandemia só deverão começar a ser obtidos depois de outubro. Por agora, os cinemas, de acordo com o presidente da Feneec, poderão tentar obter bons números com as exibições inéditas de filmes como Mortal Kombat, Godzilla vs Kong e os longas indicados ao Oscar 2021 que não passaram nas salas gaúchas.
Para Carlos Schmidt, dono do Guion Cinemas, na Cidade Baixa, as expectativas são baixas, principalmente por conta do dia e do horário em que o novo modelo de gestão da pandemia foi divulgado. Ele pretende, então, reabrir as suas salas um dia antes, ainda no sábado (15).
— Eles anunciam no final da tarde de sexta-feira que os cinemas poderão reabrir no domingo, dia de Gre-Nal, em que ninguém sai de casa — conta.
Para atrair o público de volta ao Guion, Schmidt, que pretende vender o estabelecimento, vai apostar na vontade das pessoas de saírem de casa e no avanço da vacinação. Em cartaz, a partir de sua reabertura, o espaço contará com longas como Os Pequenos Vestígios, Quando Hitler Roubou o Coelho Rosa e produções indicadas ao Oscar ainda inéditas por aqui.
— A gente reabriu, recentemente, a loja de CDs e a galeria de arte e tivemos um movimento interessante. Se repetir esse público nas salas, pode ser uma boa retomada — espera Schimidt.
Procurada por GZH, a assessoria do Espaço Itaú de Cinema, com salas no Bourbon Country, afirmou que, nos próximos dias, a rede terá uma posição sobre a reabertura, mas garantiu que neste fim de semana as portas seguirão fechadas.
Regras
Mesmo que os prefeitos tenham mais autonomia para poder definir o que abre e o que fecha, algumas regras obrigatórias estipuladas pelo governo do Rio Grande do Sul ainda deverão prevalecer para que o funcionamento dos estabelecimentos ocorra. No caso dos cinemas, que são considerados pelo novo sistema como atividades de alto risco, serão necessárias a adoção de algumas medidas básicas de segurança, como manter o público exclusivamente sentado e com distanciamento.
Além disso, o governo do Estado definiu regras variáveis que servem como referência e valem para todas as regiões que, caso não tenham elaborado os seus próprios protocolos, devem ser utilizadas. Veja a seguir:
- Estabelecimento e rígido controle da ocupação máxima de 40% dos assentos.
- Distanciamento mínimo entre grupos de até três pessoas e conforme permissão para consumo de alimentos ou bebidas na plateia: se permite, dois metros entre grupos; caso não permita, um metro.
- Autorizada circulação em pé durante a programação apenas para compra de alimentos ou bebidas (se permitido) e/ou uso dos sanitários, com uso de máscara e distanciamento nas filas.
- Demarcação visual no chão de distanciamento de um metro nas filas e de ocupação intercalada de cadeiras, assentos ou similares, quando aplicável.
- Rígido controle de entrada e saída do público, sob orientação do organizador e conforme fileiras, grupos ou similares, para evitar aglomeração.
- Início e término de programações não concomitantes, quando houver multissalas, para evitar aglomeração.
- Intervalo mínimo de 30 minutos entre programações com troca de público, para evitar aglomeração e permitir higienização.
- Priorização para compra e venda e conferência de ingressos por meio digital e/ou eletrônico.
- Reforço na comunicação sonora e visual dos protocolos para público e colaboradores.