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Mal tinha saído da maternidade, há 31 anos, a porto-alegrense Mariana Lisboa ganhou de sua mãe uma caderneta de poupança de presente. Assim, desde pequena, ela se habituou a economizar a mesada que recebia dos pais.
Depois, quando começou a trabalhar, passou a reservar parte do salário sempre que possível. O destino se manteve o mesmo ao longo de três décadas, a caderneta de poupança.
Mariana é uma das milhões de pessoas no Brasil que recorrem à caderneta como porto seguro financeiro. Atualmente trabalhando no setor de compras de uma empresa varejista, ela reconhece que o retorno já não é mais o mesmo de outros tempos. Mesmo assim, afirma que ainda não tem conhecimento suficiente do mercado para migrar os recursos para outros produtos. Entre o certo e o duvidoso, prefere manter o dinheiro na poupança.
— É uma maneira fácil de armazenar o dinheiro, porque se fica na conta corrente a probabilidade de eu gastar é maior. Consegui fazer intercâmbio para a Inglaterra e procuro viajar todo ano com o dinheiro que guardo — relata.
A praticidade para depositar e sacar o dinheiro a qualquer hora do dia e a não incidência de Imposto de Renda ou outras taxas pesam para que muitos brasileiros recorram à poupança. Professor de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), Fabio Gallo reforça que quem viveu o período de instabilidade econômica e hiperinflação do país, em décadas passadas, sempre viu na caderneta uma alternativa para evitar a perda do poder de compra.
— É uma aplicação fácil, que não tem custo algum e é onde as pessoas colocam aquele dinheiro para o dia a dia ou uma emergência. Hoje não se está ganhando, em relação à inflação, mas seria pior deixar o dinheiro debaixo do colchão — ressalta Gallo.
Comparação
Apesar da rentabilidade da aplicação estar em queda nos últimos anos, ainda existem casos nos quais a poupança pode ser útil.
O educador financeiro Adriano Severo relata que ela pode ter papel importante para pessoas que precisariam sacar o dinheiro em menos de três meses, já que a diferença do retorno para outras aplicações de renda fixa seria pequena neste espaço de tempo.
— Se a pessoa tem dinheiro na regra antiga, depositado até 3 de maio de 2012, pode valer a pena deixar lá, pois está rendendo 6,17% ao ano. Isso é mais do que algumas aplicações de renda fixa atualmente — complementa.
Nesse sentido, levantamento do portal Yubb, que compara produtos disponibilizados por corretoras no Brasil, constata que a poupança antiga conseguirá rentabilidade real —descontada a inflação — superior a outras aplicações de renda fixa em 2020.
Por outro lado, a poupança pela regra atual tem o pior resultado entre os itens analisados.
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