O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (21), por unanimidade, reduzir a taxa básica de juro da economia brasileira em 0,25 ponto porcentual. Com a queda, a Selic passa de 6,75% para 6,5% ao ano. É o nível mais baixo já registrado pelo Banco Central (BC), cuja série histórica começou em 1986.
Desde o segundo semestre de 2016, quando estava em 14,25%, o juro básico tem sofrido uma série de cortes. A queda desta quarta-feira é a 12ª consecutiva.
Em comunicado após a reunião, o Copom sublinhou que a decisão foi motivada por fatores como inflação em baixa e cenário externo favorável. "O comitê enfatiza que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural", pontuou.
Possibilidade de outro corte
O comitê ainda sinalizou que poderá haver nova redução na Selic em seu próximo encontro, marcado para maio. "A evolução do cenário básico tornou adequada a redução da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual nesta reunião. Para a próxima reunião, o comitê vê, neste momento, como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional", acrescentou.
Depois da decisão, entidades empresariais emitiram avaliações sobre o novo corte. Presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry declarou, em nota, que a poda contribui para o processo de retomada econômica.
"Para que os ciclos de queda sejam mais longos, é imprescindível, contudo, que se ajuste a questão fiscal, e isso só será possível com reduções pelo lado da despesa e reformas estruturais no país”, ponderou o dirigente gaúcho.
Ao baixar a Selic, o Copom busca estimular o consumo no país, o que pode auxiliar na reação após a crise que atingiu o Brasil nos últimos anos. No entanto, a queda no juro básico tem causado efeito tímido nas taxas oferecidas por bancos a consumidores, segundo cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).