Na próxima sexta-feira (27), o varejo online e físico terá uma de suas datas mais importantes para ofertas, a Black Friday. No ano passado, o dia de megapromoções movimentou R$ 3,87 bilhões no país, um crescimento de 30% sobre 2018, de acordo com o serviço Compre&Confie.
Neste ano, as vendas devem ser parelhas: a Confederação Nacional do Comércio (CNC) calcula que R$ 3,74 bilhões deverão ser gastos pelos consumidores na sexta que vem. Já a Fecomércio-RS mostra em pesquisa que 54,3% dos gaúchos planejam fazer compras nesse período e 46% devem aproveitar a oportunidade para adquirir presentes para o Natal.
— Quem quiser aproveitar a data deve observar algumas orientações para garantir uma boa compra — explica a diretora do Procon de Porto Alegre, Fernanda Borges.
Esse cuidado começa identificando as mercadorias que se pretende comprar, conhecer seu preço e monitorar a variação ao longo do mês para saber se o valor da Black Friday será realmente um bom desconto. Isso acontece porque é normal que ocorram oscilações nas etiquetas, que podem elevar os preços às vésperas da oferta para depois reduzir, dando a falsa ideia de bom negócio. A expectativa, no entanto, é de que a Black Friday possa levar a uma queda mais expressiva do que a média desta oscilação.
De acordo com o estudo da CNC, os produtos com mais chances de desconto efetivo neste ano são, em ordem decrescente: consoles de videogame, notebooks, games para PC, calças masculinas e aspiradores de pó. Para chegar a esse resultado, a CNC coletou, diariamente, mais de 2 mil preços de produtos ao longo dos últimos 40 dias – encerrados em 15 de novembro. Pela metodologia da entidade, um determinado item que apresenta altas expressivas (superiores a 20%, por exemplo) no preço mínimo praticado durante as semanas que antecedem a Black Friday possui baixo potencial de desconto efetivo.
— As chances de desconto efetivo em bicicletas e colchões, por exemplo, são mais reduzidas — aponta Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo.
Portais como o Buscapé e o Zoom comparam preços de um mesmo produto em diferentes comércios virtuais e ainda apresentam um histórico de variações. Outra vantagem desses serviços é que agrupam portais confiáveis, que reduzem o risco de o comprador acabar em algum serviço de baixa qualidade. A reputação dos vendedores pode, ainda, ser consultada em sites como consumidor.gov.br e Reclame Aqui.
— Há muitos bons sites para conhecer o histórico dos preços. O consumidor pode monitorar como eles variaram em diferentes lojas e ter certeza se está diante de uma promoção realmente boa ou não — afirma Fernanda. — Se não estiver tão bom, talvez valha a pena aguardar as promoções de janeiro.
Fernanda também recomenda que se faça um planejamento financeiro responsável antes da data, vendo o quanto poderá ser gasto sem danos ao orçamento. Com o dinheiro reservado, recomenda-se que se crie uma lista de desejos para evitar compras por impulso e então se coloque o foco na análise de preços destes.
— Uma dica importante é estar atento ao calendário de contas que surge no final do ano. As pessoas precisam estar preparadas para gastos como IPVA e IPTU, por exemplo — alerta.
Cinco sites para acompanhar variações de preços nesta Black Friday
Buscapé - Monitora a variação de preços ao longo de 40 dias, com um gráfico que torna simples para o consumidor enxergar a tendência e a veracidade das promoções. Também compara preços de diferentes varejistas, com canal direto para a oferta em seus sites. Um serviço adicional é que o internauta pode escolher um preço para receber um alerta quando o produto alcançar o patamar.
Zoom - Oferece uma plataforma de comparação semelhante ao Buscapé, com acompanhamento de preços, comparações e alertas. Como adicional, traz conteúdos que mostram quais marcas e produtos tendem a cair mais na Black Friday, como TVs, smartphones, micro-ondas e fritadeiras.
Google Shopping - É o mecanismo de buscas do Google com foco em compras. Ao digitar um produto, o serviço lista as ofertas na internet, facilitando a comparação de preços. É possível ainda refinar a busca aplicando filtros como preço, marca e vendedor.
Já Cotei - Compara valores entre diferentes lojas e tem a vantagem de olhar um prazo mais longo do que os outros sites, de até seis meses. Também possibilita criar um alerta de preços e salvar o produto em lista de desejos, o que facilita guardar a pesquisa.
Mais barato - Serviço da associação de consumidores Proteste que, além de monitorar preços, também ajuda a verificar a autenticidade de cupons, estabelece parâmetros para controle de valores e compara diferentes varejistas. Para usar o serviço, é preciso instalar um plug-in no navegador.