Começo de ano letivo, crianças na escola e muito tutor voltando a antigas estratégias de como entreter um pet que fica boa parte do dia sozinho. E quando o remorso começa a nos consumir, não tem jeito: é hora de pensar no que fazer para o cachorro não ficar tanto tempo sem companhia dentro de casa.
Os gatos são uma dor de cabeça a menos. Embora também apreciem estar com o tutor, ficar sozinho nunca representou grandes problemas. O que já não acontece com o cachorro que pode não apenas incomodar os vizinhos com uivos e latidos, mas também rasgar metade do sofá por se sentir entediado e solitário.
Confira os prós e contras de três maneiras de entreter um cachorro depois das férias
1. Diarista
Há quem selecione uma diarista não pelos seu capricho e velocidade com que consegue concluir a limpeza da casa, mas sim pela afinidade dela pelo animal de estimação da família. É o famoso dois em um: um jeitinho harmonioso na casa e cachorro feliz no final do dia. E já vi longos contratos de trabalho sob a égide do bom relacionamento entre a empregada doméstica e o cachorro que pula de alegria ao vê-la chegar em casa.
Ainda que você não necessite de uma pessoa todos os dias para deixar o lar limpinho, uma boa pessoa que além de lavar pratos e arrumar camas faça companhia de meio turno para seu mascote duas vezes por semana já atenua a culpa de deixá-lo sozinho.
Mas atenção: tem gente que diz que gosta de animal para ganhar trabalho, mas tem, na verdade, aversão a eles. Esse sentimento, porém, não é algo que você esconde de um cachorro.
Se ele ficar desconfortável, latir, se esconder ou rosnar na presença da diarista é porque ela faz parte do grupo de pessoas que não aprecia a companhia de animais e contratá-la como dois em um não funciona uma vez que pode até mesmo distratar seu mascote ou deixá-lo trancado na área de serviço o dia todo.
2. Dog walkers
Profissionais cada vez mais presentes nas ruas das grandes cidades, os passeadores de cachorro também são uma opção para entreter seu cão. Contudo, alguém precisa estar em casa para entregar o mascote, o que já não resolve a vida de quem não fica em casa. Se você trabalha em casa mas está ocupada demais para se dedicar a uma caminhada de uma hora com o cachorro, saiba há quem se especializou nessa prestação de serviço.
Contudo, não é qualquer cachorro que aprecia esse tipo de entretenimento, uma vez que outros animais compartilham do mesmo horário de passeio. Alguns podem até saltitar na coleira e entrar em pânico só de ver aquela matilha de prontidão na frente da casa.
Por conta disso, pode ser necessário adestramento prévio antes de começar esse tipo de entretenimento pois seu pet não pode ser daqueles malucos que ficam saltitando de um lado para o outro e cheirando todos os canteiros do parque. Para estar ao lado de outros 6, 7 ou quem sabe 9 cães, seu pet tem de apresentar um comportamento mais zen ou não poderá fazer parte do grupo. O próprio profissional explica para você como funciona acostumar o cachorro a esse tipo de entretenimento.
Mas cuidado que tem de tudo por aí. De excelentes adestradores e até aventureiros, nem toda a pessoa que se propõe a passear com animais está realmente preparada para atravessar a rua ou conter de forma adequada o número de animais que leva sob sua guarda. Alguns podem não ter critério e misturar animais que ainda não sabem conter seus impulsos.
Além disso, esteja atento ainda se é uma volta no parque que vai resolver o problema de solidão ou de ansiedade do seu cachorro porque tem mascote que odeia caminhar, ainda mais os mais velhos que já estão com problemas articulares e você não tem a menor ideia disso. Então, o que você acredita que seja bom para ele, se torna, na verdade, outra fonte de aborrecimento e até de dor. Tem cachorro que quer companhia, não passeio. Verifique se não é o caso do seu mascote.
3. Creche
Essa é minha alternativa preferida. Uma creche limpinha e com gente amável é uma excelente opção porque entre uma brincadeira e outra seu mascote poderá receber mimos e carinhos de gente que gosta de animal. E pode ter também os "amiguinhos", outros cães que acabam ficando conhecidos por estarem na creche nos mesmos dias pré-determinados da semana, e, se forem de tamanhos e idades compatíveis, podem até brincar um pouquinho uns com os outros.
A parte ruim também é essa. Brincadeiras inadequadas ou sem supervisão podem resultar em ferimentos. Também tem a questão dos ectoparasitas, o que pode estar sob controle tanto na creche quanto nos animais que lá frequentam fazendo uso de agentes publicitas com freqüência.
Como fiscalizar essas pessoas?
Se você fica desconfiado se a creche está, de fato, deixando seu pet feliz ou trancado em um cantinho, mais uma vez deixe seu cachorro falar com você. Sempre antes de levá-lo a este lugar, olhe para ele e diga "vamos para a creche?". Isso vale para o dog walker também. Escolha uma palavra para representar quem vai passear com ele. Seu mascote vai relacionar a palavra com o evento.
Com o passar do tempo, ele pode dar pulinhos de alegria e correr para a porta da frente ou, ao contrário, se esconder debaixo da cama só em ouvir a palavra mencionada. E assim você sabe se está acertando ou não na melhor alternativa para entreter seu mascote.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação. Escreve semanalmente em revistadonna.com.