Michelle Obama, a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, está estrelando um programa infantil na Netflix. Disponível no catálogo da plataforma desde terça-feira (16), Waffles + Mochi traz a advogada contracenando com os simpáticos bonecos Waffles (metade panqueca, metade Iéti) e Mochi (provavelmente 100% bolinho de arroz).
O programa é claramente uma grande ode à alimentação saudável — o que começa a explicar o envolvimento de Michelle, que tem como uma de suas bandeiras justamente promover comidas naturais e acabar com a epidemia de obesidade infantil no país.
Essa não é a primeira produção de Michelle na plataforma. O documentário Minha História, baseado na autobiografia de mesmo nome, estreou em maio do ano passado. No documentário, é possível conhecer mais de Michelle, a advogada que abraçou causas, trilhou uma carreira ímpar, destacou-se na campanha presidencial do marido, Barack Obama, e equilibrou maternidade, casamento e trabalho durante boa parte da vida adulta.
Para exaltar sua personalidade, Donna listou cinco motivos que fazem dela uma mulher inspiradora para todas nós:
Ela não desiste
Vinda de um bairro predominante negro de Chicago, Michelle ouviu de uma orientadora educacional que ela não fazia "o tipo de Princeton", faculdade prestigiada dos Estados Unidos em que sonhava estudar. Nunca se deu por vencida e, com ajuda de uma família incentivadora e amorosa, Michelle focou em sua educação como meio de ascender socialmente. Entrou em Princeton, onde encontrou seu espaço, ainda que lhe consumisse energia "ser a única pessoa negra em uma sala de aula", como escreveu em seu livro. De lá, ingressou no curso de Direito de Harvard. Michelle revelou que, em momentos de insegurança, chegava a se perguntar: "Sou boa o bastante?". E a resposta costumava ser: "Sim".
Ela acredita e luta por seus ideais
Ao se consolidar uma advogada de futuro brilhante em um escritório importante no centro de Chicago, Michelle começou a se questionar se estava de fato realizada profissionalmente. Apesar do bom salário, não se sentia motivada pelo que fazia. Foi então que abandonou a estabilidade do emprego e passou a se dedicar a um trabalho mais ligado a seus ideais, e que realmente mudasse a vida de pessoas. Mesmo que isso significasse, de início, um salário bem menor.
Primeiro foi assistente do prefeito para desenvolvimento e planejamento, depois, diretora-executiva de uma organização sem fins lucrativos que incentivava jovens a trabalhar em questões sociais. O próximo cargo foi como sub-reitora de relações comunitárias da Universidade de Chicago e, ainda na mesma instituição, atuou como diretora executiva para assuntos comunitários do Centro Médico. Como primeira-dama dos EUA, se dedicou a causas como nutrição infantil, educação e autoestima como ferramenta de mudança.
Ela levanta mulheres
Ao longo de seu livro, Michelle enfatizou diversas vezes a importância de as mulheres, principalmente as mais jovens, se empoderarem de suas habilidades. Seu projeto Girls Opportunity Alliance, inclusive, arrecada fundos para capacitar meninas e adolescentes por meio da educação.
"Uma coisa que ouço frequentemente das mulheres em todo o país é o quão difícil é nos colocarmos em primeiro lugar. Somos as primeiras a nos importar com nossos amigos, com nossa família, com nossos colegas de trabalho, mas somos as últimas nas nossas próprias listas. A boa notícia é que podemos fazer uma mudança. Eu vi isso acontecer na minha própria vida. E isso começa com todas nós mulheres pesquisando em nós mesmas e em nossas histórias - e compartilhando umas com as outras", escreveu ela em uma postagem no Instagram.
Ela combate o racismo
Michelle sempre honrou o fato de ser a única primeira-dama afro-americana dos Estados Unidos. Assim como sempre fez questão de apontar a falta de mulheres em cargos de poder, fez o mesmo com a questão racial.
Na primeira campanha presidencial de Obama, em 2008, Michelle relatou ter sofrido preconceito ao ser taxada de "raivosa" pela mídia em função de "medos infundados e estereótipos raciais".
— Meu marido e eu sabemos o quão frustrante a experiência de que os outros assumam quem você é baseado em suas noções de mundo pode ser. Nós dois sentimos o peso desses sinais diários nossa vida inteira. As pessoas que atravessavam a rua temendo pela sua segurança; os seguranças que ficavam de olho em lojas de departamento; as pessoas que presumiam que éramos os "ajudantes" em eventos - e aqueles que questionaram nossa inteligência, nossa honestidade, e até mesmo nosso amor por esse país — disse ela em um discurso na Alabama's Tuskegee University, em 2015.
Ela protege a família
Mãe de Malia, hoje com 21 anos de idade, e Natasha, com 18, Michelle muitas vezes teve que fazer verdadeiros malabarismos para equilibrar a profissão, o casamento e a maternidade. Com o marido cada vez mais absorvido pela vida política, viveu os dilemas de toda mulher tentando dar conta de tudo: queria ser presente como sua mãe, Marian, que se dedicou inteiramente à infância dos filhos, mas sem perder seu lado de profissional ambiciosa e independente.
Ela contou em seu livro que, em uma entrevista de emprego, chegou com a caçula, então com três meses, no colo, e exigiu horário flexível e salário condizente para pagar uma babá e ajuda para cuidar da casa. Conquistou a vaga.
Em outro episódio, lembrou, sem vergonha alguma, que recorreu à terapia de casal para resolver questões no relacionamento com Obama – e hoje recomenda a prática em entrevistas. Michelle reconhece que "casamento é difícil" e que os jovens precisam entender que manter uma relação por tantos anos dá trabalho.
Na Casa Branca, Michelle deu o seu melhor para criar as filhas da forma "mais normal possível", dentro das circunstâncias em que viviam. Um bom exemplo disso é que ela deixou claro à equipe de organização da residência que as filhas seguiriam arrumando as próprias camas.