Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está vivendo uma epidemia de ansiedade: 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com o transtorno, também considerado o mal do século, e que costuma acometer mais mulheres do que homens.
Os sintomas clássicos de ansiedade são: irritabilidade, constante tensão ou nervosismo, problemas de concentração, descontrole sobre os pensamentos, dificuldade de esquecer o objeto de preocupação, falta de ar ou respiração ofegante, fadiga crônica e problemas para dormir.
Se sentir ansiosa não é, necessariamente, algo ruim. O Ministério da Saúde define que, na medida correta, a condição estimula o indivíduo a entrar em ação. Porém, em excesso, faz exatamente o contrário e impede reações.
A busca por ajuda profissional nesses casos, médica e psicológica, é fundamental, e o Ministério da Saúde também recomenda a adoção de hábitos de vida saudáveis para melhorar a qualidade de vida.
A meditação pode ser uma boa opção para sua saúde mental e bem-estar. Você não precisa de nenhum equipamento especial para praticar, é indicado para qualquer pessoa, em qualquer fase da vida e ainda existem vários “estilos” diferentes.
A ansiedade é um transtorno relacionado ao excesso de preocupação com o futuro, e a meditação nos ajuda a trazer a mente para o momento presente. Meditar nos ensina a desapegar da necessidade de ter controle das coisas que vão acontecer e de tentar solucionar problemas que, possivelmente, nem existirão.
Os benefícios da meditação já foram amplamente verificados e comprovados em artigos científicos, que nos mostram efeitos positivos na função cerebral a longo prazo quando a prática é adotada diariamente. Para iniciar, é bem simples. Veja algumas dicas:
Escolha uma posição confortável
Comece escolhendo a posição mais confortável: sentada no chão, de pernas cruzadas e mãos sobre os joelhos ou sentada em uma cadeira, com as mãos sobre as coxas, feche os olhos e sinta o seu corpo nessa postura. A coluna deve estar reta, porém não rígida, e a cabeça deve ficar em uma posição neutra com o queixo paralelo ao chão. Encontre conforto e desligue do mundo externo. Sempre haverá sons ao redor, apenas aceite a presença deles.
Solte-se
Em seguida, aprofunde o relaxamento, respirando mais lenta e profundamente, mas sem forçar, e evite modificar a posição já acomodada. Vá criando consciência de cada parte do seu corpo e leve a intenção de relaxamento para cada parte, por exemplo, desfranzindo a testa, separando os dentes de cima e de baixo, soltando os ombros, etc.
Respire suavemente
Na sequência, desapegue do controle do que está acontecendo contigo, apenas reconheça os pensamentos e as emoções, sem julgá-los, e também mantenha a respiração suave. Deixe-os livres. Assuma uma perspectiva contemplativa, a mesma que você assume diante do pôr do sol ou de um céu estrelado.
Concentre-se no seu corpo
Não lute contra sua mente. Meditar não é “não pensar em nada” ou ficar com a mente “em branco”. Nós estamos vivas, portanto, pensamentos vão acontecer o tempo inteiro. A prática da meditação nos ajuda a diminuir a agitação da mente e, com isso, nós nos tornamos mais capazes de refletir sobre o que pensamos e como agimos, saindo do “piloto automático”. Durante a prática, quando você perceber que está longe, que se deixou levar pela onda dos pensamentos, sem críticas ou julgamentos, volte a sua atenção ao seu corpo, a sua respiração, ao que você está fazendo nesse momento.
Não tenha pressa para relaxar
Se você não está acostumada a meditar, sugiro que comece com um minuto de contemplação, e que aumente progressivamente, sem exagero. Faça menos tempo do que você acha que conseguiria, para que seja um momento agradável e que, ao finalizá-lo, fique com uma vontade de fazer de novo. Permita-se esse momento de encontro consigo mesma, para encontrar a paz e o equilíbrio dentro de si.
Se essa prática lhe parece muito difícil, você também pode começar ouvindo meditações guiadas (existem aplicativos e vídeos na internet com muitas delas) para começar a sua jornada. Existem também,diversos estilos de prática, de diferentes linhagens, como meditação transcendental, raja ioga, vipassana, zazen, tântrica, e outras. Com certeza com algumas delas você vai se identificar. Não desista!
Raquel Lupion é formada em Nutrição e Educação Física, tem especialização em Nutrição Clínica e Mestrado em Ciências do Movimento Humano. Sua motivação é promover um estilo de vida saudável, fugindo de radicalismos e tentando encontrar o caminho do meio entre o que é necessário e o que é prazeroso. Na vida profissional, divide seu tempo entre atender em consultório, dar aulas de yoga, palestrar e ministrar cursos. Escreve semanalmente em revistadonna.com.