No quarto episódio de Pra Sempre Paquitas, série do Globoplay que reúne diferentes gerações das icônicas assistentes de palco da Xuxa, a produção aborda a história do polêmico livro que causou a demissão em massa das jovens.
Conforme o programa Xou da Xuxa (1986-1992) foi se transformando, as paquitas decidiram propor um novo projeto na intenção de se reinventarem e ganharem mais destaque.
— Vamos fazer Confissões de Paquita, tipo Confissões de Adolescente. Só que mostrando os nossos bastidores — recorda Ana Paula Guimarães.
— A nossa intenção era montar esta peça e chegar para a Marlene Mattos e para a Xuxa e falar: "Temos um projeto. Talvez vocês não tenham mais um projeto que foque na gente, mas a gente vai trazer um projeto para vocês" — conta Juliana Baroni.
Quem ajudou a montar o projeto, na época, foi o editor do programa, João Henrique Schiller, que ao ouvir os depoimentos das jovens – principalmente em relação aos assédios morais que sofriam por parte de Marlene Mattos – decidiu reunir os casos em um livro.
Ana Guimarães, no entanto, relembra que sentiu que Schiller chegou com outros interesses, depois de ouvir os registros das conversas das colegas:
— O autor do livro tinha uma lábia. Já de cara, quando ele começou a gravar, ele já veio com má intenção. E aproveitou que a gente estava com esta faísca para explodir e foi induzindo que a gente aceitasse que virasse um livro.
Marlene Mattos soube, por meio de um telegrama anônimo, que as paquitas estavam produzindo o livro sobre os bastidores do programa e decidiu demitir todas elas. Posteriormente, foi descoberto que uma das meninas, arrependida e com medo, revelou o que estava acontecendo a Marlene.
Schiller lançou a obra, mesmo sem autorização, mas as cópias foram recolhidas.
— A gente era inocente, nunca achou que ele ia pegar isso para fazer algo contra a gente — conta Catia Paganote.
Xuxa revelou que, ao saber da ideia do livro, ficou magoada com as paquitas:
— A Marlene sempre falava "te disse que o amigo de hoje é o inimigo de amanhã, porque seu amigo de hoje vai escrever um livro e falar sobre você, eu te falei, está aqui a prova". Ela sempre usava esta frase, tratando elas como inimigas. A Marlene aproveitou este estrago para colocar mais lenha na fogueira.
O assunto se tornou um trauma para as ex-assistentes, conforme recorda Flávia Fernandes:
— A gente sabia que este sonho ia acabar um dia, mas terminou de uma forma muito injusta. Foi cruel.