Não é novidade que Pantanal é um fenômeno. Desde que estreou, em março deste ano, a novela fez tanto sucesso que expandiu os limites da telinha, invadiu as redes sociais e agora já permeia nosso cotidiano.
Por isso, não é raro ouvirmos pessoas próximas citando expressões como "ara!", "querimbóra" e "reiva". É o poder da dramaturgia: apesar de conterem um sotaque típico do centro-oeste e dizerem respeito a características de personagens específicos, esses bordões já fazem parte das rodas de conversa Brasil afora.
A seguir, GZH reúne os principais jargões de Pantanal:
Querimbóra
Juma (Alanis Guillen) não faz muita questão de agradar as pessoas com quem interage. Em várias ocasiões, a arredia esposa de Jove (Jesuíta Barbosa) demonstra incômodo em estar onde não quer:
— Quero ir embora — costuma dizer a personagem, com um sotaque que transforma a frase em algo como querimbóra.
Essas cenas se tornaram comuns depois que a jovem teve que deixar a tapera e ir morar com o amado na fazenda de Zé Leôncio (Marcos Palmeira), onde não se sentiu muito à vontade. Entre o público, o bordão costuma ser usado em situações desconfortáveis — usuários nas redes sociais, por exemplo, usam áudios de Juma em vídeos em que aparecem trabalhando ou malhando.
Tô com reiva
Outro bordão de Juma é o tô com reiva, usado quando ela quer dizer que está com raiva — o que pode ocasionar a sua transformação em onça. Como a moça nunca frequentou a escola e se criou isolada com a mãe na tapera, algumas palavras são pronunciadas por ela fora da norma culta da língua portuguesa.
A reiva já era famosa entre o público que assistiu a versão de 1990 de Pantanal, mas em 2022 virou figurinha no WhatsApp, meme no Twitter e trend no TikTok.
Larga mão
Essa expressão, que significa algo como "deixa disso", é dita por vários personagens em Pantanal. Quem costuma usar com frequência é Zé Leôncio, falando aos seus peões, mas outros pantaneiros também largam mão.
Fivela de respeito
A fivela de respeito de Alcides (Juliano Cazarré) foi notada por sua patroa, Maria Bruaca (Isabel Teixeira), quando ela subiu na garupa do cavalo junto com o peão. Na ocasião, ela estava começando a se desprender da vida de "bruaca" e empreendendo flertes com outros homens.
A cena viralizou, e depois a figurinista de Pantanal contou a história por trás da tal fivela de respeito. Segundo Marie Salles, Alcides é o único peão que não usa guaiaca. O cinto foi uma sugestão de Cazarré, que emprestou um item pessoal à equipe.
— Eu olhei a fivela e ela era linda, falei que podia usar. Então a fivela é dele, nós só adicionamos ao cinto.
Toca Cavalo Preto
Canção favorita de Zé Leôncio, Cavalo Preto costuma tocar nas rodas de viola promovidas pelo fazendeiro. A música fala sobre viagens no lombo de "um cavalo preto por nome de Ventania" e deixa o protagonista reflexivo, lembrando do pai, Joventino (Irandhir Santos).
Na primeira versão de Pantanal, a canção também tocava, mas na voz de Sérgio Reis, que interpretou o peão Tibério — hoje vivido pelo também ator e cantor Guito.
E agora, em 2022, Cavalo Preto é um sucesso. A expressão Toca Cavalo Preto, Tibério! ficou famosa entre o público, que acabou pegando gosto também pela música. Para se ter ideia, no YouTube, as buscas pela faixa aumentaram mais de 3.000% nos primeiros dois meses do remake, segundo o G1.
Ara!
Assim como o arebaba! em Caminho das Índias (2009), o ara! em Pantanal serve como uma exclamação. A palavra pode significar brabeza, surpresa, dependendo do contexto — quase como o bah! dos gáuchos.
O elenco de Pantanal produziu até um "top 5" da expressão:
Iêu sei lá
Outro bordão que já era famoso na versão dos anos 1990 é o iêu sei lá de Tadeu (José Loreto). Na época, o personagem era interpretado por Marcos Palmeira.