A Justiça espanhola concluiu que há "indícios suficientes" para levar Shakira a julgamento por sonegação fiscal de 14,5 milhões de euros, o equivalente a R$ 89 milhões. A decisão, divulgada na quinta-feira (29), acolheu as alegações dos promotores de que a cantora não pagou seus impostos de renda entre 2012 e 2014 ao fingir que não residia na Espanha.
A defesa alega que a cantora teria ficado menos de 184 dias no país em um ano por conta de sua agenda de shows, o que a eximiria da obrigação de pagar impostos. O Tesouro espanhol reconhece que a artista viaja com regularidade, mas considera as saídas como "ausências esporádicas", uma vez que o local para o qual retornava depois de trabalhar era sua residência em Barcelona.
O fisco ainda afirma que a cantora, assistida por outros réus, tentou esconder sua renda através de "uma série de empresas mercantis", que figuravam como titulares do patrimônio de Shakira. De acordo com a decisão do tribunal, ela só aparecia como a verdadeira dona da conta em situações "de última instância" ou em "empresas sediadas em paraísos fiscais".
À Reuters, representantes de Shakira na Espanha disseram em um comunicado por e-mail que a decisão desta quinta era uma "etapa esperada no processo" e que a equipe jurídica da cantora "permanece confiante e totalmente cooperativa com o judiciário e não fará mais comentários". Ainda não há uma data para o julgamento.
Em 2018, Shakira e seu assessor nos Estados Unidos foram acusados de seis crimes contra a receita espanhola. Em junho de 2019, ela foi intimada a falar sobre o caso à Justiça. Em janeiro do ano passado, dois fiscais da Agência Tributária prestaram depoimento a um juiz e confirmaram que a artista teria cometido evasão fiscal entre 2012 e 2014. Em abril deste ano, a Agência Tributária da Espanha reiterou que houve fraude por parte da artista um novo relatório à Justiça.