Caetano Veloso vai interpelar judicialmente o bispo auxiliar Dom José Francisco Falcão, do Ordinariado Militar do Brasil, após declarações polêmicas durante uma missa no último dia 31 de março, data em que foi recordado o golpe militar de 1964. Ele disse que gostaria de "dar veneno de rato" ao "imbecil" responsável pela composição da faixa É Proibido Proibir. As informações são da revista Época.
A intenção do cantor é acionar a Justiça para que o bispo informe quem é o "imbecil" referido durante a homilia. O artista é o autor da canção lançada em 1987.
O Ordinariado Militar é uma circunscrição eclesiástica da Igreja no Brasil, subordinada à Santa Sé.
Em nota oficial, a Arquidiocese Militar do Brasil informou que em "nenhum momento do transcurso da Missa fez-se alusão do nome de qualquer cantor ou compositor" e que, na verdade, o padre se referia a uma parábola bíblica.
"No transcurso da homilia, gravada em áudio, que comentou exclusivamente as leituras litúrgicas, ao se falar da atitude do filho pródigo ao abandonar a casa do Pai, em busca de uma liberdade sem proibição, aludiu-se ao correto significado de 'liberdade', que comporta um conjunto de restrições, portanto de proibições; de fato, dos dez mandamentos da Lei de Deus, seis são proibições. Daí que, na visão cristã, não se pode falar de 'liberdade' e, ao mesmo tempo, de 'proibição à proibição'", diz um trecho do texto.