A Academia Sueca anunciou o norueguês Jon Fosse como o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2023 na manhã desta quinta-feira (5). Assim, o autor se junta a uma seleta lista que reúne grandes nomes da literatura mundial. Nas últimas décadas, a honraria foi entregue a personalidades como Bob Dylan, Mario Vargas Llosa e V.S. Naipaul.
Tido com um dos grandes autores de sua geração, Fosse é dono de uma vasta produção que transita por diferentes estilos. Entre suas obras, destacam-se É a Ales e Melancolia, os únicos livros do autor publicados no Brasil até o momento, Brancura, que será lançado em 26 de outubro, além de Trilogien, E Nunca nos Separemos e Alguém vai chegar.
Em 2022, a Academia Sueca premiou a francesa Annie Ernaux. A autora levou a honraria pela "coragem e agudeza clínica com que ela descobre as raízes, os distanciamentos e restrições coletivas da memória pessoal".
Relembre os mais recentes autores que receberam o Prêmio Nobel de Literatura.
Vencedores do Nobel de Literatura
Annie Ernaux (2022)
Autora que escreve sobre a vida cotidiana em seu país, Ernaux é considerada uma das mais importantes escritoras da França. Sua estreia na literatura ocorreu em 1974, quando lançou o romance Les Armoires Vides.
Abulrazak Gurnah (2021)
Nascido na Tanzânia, país da África Oriental, Gurnah para a Inglaterra na década de 1960, como refugiado. Essa é justamente uma das temáticas mais presentes em suas obras. O livro mais famoso do autor é Paradise, de 1984.
Louise Glück (2020)
A autora norte-americana é conhecida pelos versos que falam da solidão, relações familiares, divórcio e morte. É considerada uma das poetas de maior destaque na atualidade.
Peter Handke (2019)
O escritor austríaco teve sua estreia na literatura com o livro As Vespas (1966). Ele também se destacou como coautor do premiado filme Asas do Desejo (1987). A Academia Sueca enfatizou a capacidade de Handke de explorar "a periferia e a especificidade da experiência humana".
Olga Tokarczuk (2018)
Ao entregar o prêmio a Olga, a Academia destacou o terceiro livro da autora, o romance Primitivo e Outros Tempos (1996). Sobre a obra, comentaram que se trata de "um excelente exemplo de nova literatura polonesa após 1989".
Kazuo Ishiguro (2017)
Autor de oito livros, o autor britânico de origem japonesa é conhecido por romances como Não Me Abandone Jamais e Os Vestígios do Dia. "Ishiguro revelou em romances de grande força emocional o abismo sob nosso senso ilusório de conexão com o mundo", afirmou a Academia Sueca.
Bob Dylan (2016)
Com a premiação contestada por parte da crítica, o artista foi reconhecido por criar um novo modo de expressão poética na tradição americana. Bob Dylan havia sido especulado para o Nobel durante anos, mas especialistas apontavam que dificilmente a Academia Sueca estenderia o prêmio a um músico popular.
Svetlana Aleksiévitch (2015)
A bielorrussa Svetlana Alexievich venceu o prêmio por sua "obra polifônica, memorial do sofrimento e da coragem em nossa época", destacou a Academia Sueca. Escritora e jornalista, é uma das poucas autoras de não ficção premiadas com o Nobel.
Patrick Modiano (2014)
Segundo autor de língua francesa a receber o Nobel desde a virada do século, o escritor produz histórias majoritariamente breves que lidam com questões como memória, culpa e a identidade fraturada da França pós-Segunda Guerra.
Alice Munro (2013)
Ao vencer o prêmio, a escritora canadense foi chamada de "mestra do conto contemporâneo". Em suas produções, destacam-se os livros Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento (contos), A Fugitiva, Felicidade Demais e O Amor de uma Boa Mulher.
Mo Yan (2012)
O escritor chinês traz lendas e histórias, descrevendo o cotidiano de comunidades rurais na China, envolvendo amor e sensibilidade. Entre suas principais obras estão Sorgo Vermelho e Fengru Feitun.
Tomas Tranströmer (2011)
"Por meio de imagens densas, límpidas, nos dá um novo acesso à realidade", anunciou a Academia. Segundo a organização, a maior parte da obra poética do autor está caracterizada pela economia de concreção e de metáforas expressivas.
Mario Vargas Llosa (2010)
Autor de A Cidade e os Cachorros, Conversa no Catedral e A Festa do Bode, o escritor é conhecido por narrar, em seus romances, questões políticas da América Latina. Com frequência, suas obras também ganham tons autobiográficos.
Herta Müller (2009)
No pronunciamento da premiação, a Academia destacou que a escritora alemã é dona de uma produção marcada pela "concentração da poesia e a franqueza da prosa, que descreve a paisagem dos excluídos".
Le Clézio (2008)
Tido como um dos maiores escritores da língua francesa, o autor levou o Nobel por sua escrita rica em "inovações, aventuras poéticas e êxtase sensual", destacou a Academia Sueca.
Doris Lessing (2007)
Cotada como favorita em edições anteriores, Doris gerou surpresa quando finalmente venceu o Nobel. Isso porque, na época, já não aparecia nos círculos suecos. Considerado sua obra-prima, o livro O Caderno Dourado conta a história de uma escritora de sucesso em forma de diário íntimo.
Orhan Pamuk (2006)
Autor de obras como Istambul: Memórias e a Cidade, O Livro Negro e A Vida Nova, Pamuk traz o posicionamento da sociedade turca entre Oriente e Ocidente.
Harold Pinter (2005)
"É o dramaturgo mais representativo do teatro britânico do pós-guerra", destacou a Academia. Além de peças, o autor escreveu roteiros de cinema e trabalhou como ator e diretor.
Elfriede Jelinek (2004)
A Academia concedeu o prêmio para a autora por seu "fluxo musical de vozes e contra-vozes em seus romances e suas peças de teatro". Entre suas obras, destacam-se A Professora de Piano, Os Amantes e Os Excluídos.
J.M. Coetzee (2003)
Autor de obras como Vida e Época de Michael K, Desonra e A Vida dos Animais, o escritor sul-africano foi premiado por ser "implacável em sua crítica do racionalismo cruel e da moralidade cosmética da civilização ocidental", destacou a Academia.
Imre Kertész (2002)
O autor recebeu o prêmio por destacar a "frágil experiência do indivíduo contra a bárbara arbitrariedade da História". A organização destacou o romance Sem Destino, que narra a trajetória de um jovem que é detido e levado para um campo de concentração.
V.S. Naipaul (2001)
Nascido em Trindade e Tobago, o autor morreu em 2018. Para a Academia Sueca, o autor era um narrador que "se funda na memória que ele conserva dos fatos por outros esquecidos, na história dos perdedores".