Não é raro que por trás de um bom filme exista um livro melhor ainda. Mesmo grandes clássicos do cinema, como O Poderoso Chefão e Tubarão, têm suas origens na literatura. E a prática segue mais popular do que nunca, com o atual vencedor de Oscar do melhor filme —Nomadland, de Chloé Zhao — sendo a adaptação de um romance publicado em 2017.
A seguir, confira este e outros títulos disponíveis no Brasil, para completar a sua lista de leitura.
Nomadland (2020)
Atualmente em cartaz nos cinemas brasileiros (abertos com restrições devido ao risco de contágio por coronavírus), o premiado longa-metragem de Zhao é inspirado no livro-reportagem homônimo de Jessica Bruder.
A obra, que será lançada no Brasil nesta segunda-feira (31) pela editora Rocco, documenta a vida de um grupo de americanos que nunca se recuperaram completamente da crise financeira de 2008. Sem casas e sobrevivendo de empregos temporários, eles levam uma existência "nômade", em trailers, ônibus e vans. (Leia a crítica completa do filme Nomadland aqui)
- Nomadland, de Jessica Bruder. Tradução de Ryta Vinagre. Editora Rocco, 304 páginas, R$ 59,90
Aqueles que me Desejam a Morte (2021)
Outra estreia nos cinemas com base na literatura é este suspense estrelado por Angelina Jolie e com direção de Taylor Sheridan, cuja história é inspirada pelo livro de Michael Koryta. A obra, que também chega ao Brasil nesta segunda-feira pela editora Trama, acompanha a jornada do jovem Jace, que se esconde num programa para adolescentes problemáticos após testemunhar um brutal assassinato.
Mesmo no meio das montanhas de Montana, onde o programa é realizado, ele é alvo para os criminosos, que estão dispostos a eliminar quem for preciso para chegar ao garoto. No final, ficam entre Jace e os assassinos apenas Ethan e Allison, responsáveis pelo programa, e Hannah, uma vigia de incêndio, cujo dever é atentar para qualquer fogo florestal na região. (Leia a crítica completa de Aqueles Que Me Desejam a Morte aqui)
- Aqueles que me Desejam a Morte, de Michael Koryta. Tradução de Alves Calado. Editora Trama, 336 páginas, R$ 49,90
A Mulher na Janela (2021)
Quem também buscou inspiração nas estantes foi Joe Wright, diretor do sucesso de popularidade na Netflix nos últimos tempos A Mulher na Janela. Trata-se de uma adaptação do suspense psicológico homônimo de A. J. Finn, um best-seller mundial de 2018.
Lançado no Brasil pela Arqueiro, o livro acompanha uma mulher solitária que sofre com agorafobia, o pânico de sair da própria casa. Reclusa, tudo que lhe resta é beber muito e acompanhar o mundo exterior por sua janela. A vida de seus vizinhos, no entanto, também passa a aterrorizar. (Leia a crítica completa de Mulher na Janela aqui)
- A Mulher na Janela, de A. J. Finn. Tradução de Marcelo Mendes. Editora Arqueiro, 352 páginas, R$ 54,90
Emma. (2020)
Antes de interpretar a enxadrista que roubou o coração do público em Gambito da Rainha, Anya Taylor-Joy viveu uma grande heroína da literatura em 2020: Emma, uma das protagonistas de Jane Austen. Inicialmente previsto para estrear nos cinemas, o filme de Autumn de Wilde acabou sendo lançado diretamente no streaming por causa da pandemia — no Brasil, está disponível no catálogo do Telecine Play.
O livro também ganhou neste ano uma nova edição pela Penguin Companhia, com tradução de Júlia Romeu, prefácio de Sandra Guardini Vasconcelos e introdução de Ronald Blythe. A história, ambientada no início dos anos 1800 no interior da Inglaterra, segue os rumos de uma mimada, rica, inteligente e bonita jovem que se diverte orquestrando casamentos entre seus conhecidos, apesar de sua presunção a cegar para boa parte da realidade. (Leia a crítica completa de Emma aqui)
- Emma, de Jane Austen. Tradução de Júlia Romeu. Editora Penguin Companhia, 624 páginas, R$ 59,90
Para Todos os Garotos: Agora e para Sempre (2021)
Por falar em romance, a trilogia da Netflix Para Todos os Garotos que Amei, cuja conclusão foi lançada neste ano, com Agora e para Sempre, também tem suas origens na literatura. Por aqui, os livros, assinados por Jenny Han, são lançados pela editora Intrínseca, que disponibiliza um box com as três obras juntas.
Para Todos os Garotos que já Amei, P.S.: Ainda Amo Você e Agora e para Sempre, Lara Jean seguem os passos da jovem Lara Jean Song, descendente de coreanos, no final do ensino médio nos EUA. Do seu primeiro relacionamento até a escolha de sua universidade, passando por suas relações familiares, as obras dão conta de seu amadurecimento até a vida adulta. (Leia a crítica completa do filme Para Todos os Garotos: Agora e para Sempre aqui)
- Agora e para Sempre, Lara Jean, de Jenny Han. Tradução de Regiane Winarski. Editora Intrínseca, 304 páginas, R$ 39,90
Hamilton (2020)
Sucessos da Broadway também têm o que agradecer ao mercado editorial. É o caso do musical em hip-hop Hamilton, que ganhou uma versão cinematográfica na Disney+ no último ano, dirigida por Thomas Kail. O espetáculo é baseado na biografia Alexander Hamilton, de Ron Chernow, que ainda foi consultor histórico do espetáculo.
Mais do que isso: foi o livro de Chernow que inspirou Lin-Manuel Miranda a escrever todo o musical, que foi indicado a um recorde de 16 Tony Awards, o mais prestigiado prêmio do teatro. Lançada no Brasil no último ano, pela Intrínseca, a extensa biografia narra em detalhes a vida de Alexander, um dos pais fundadores dos Estados Unidos. (Leia a crítica completa de Hamilton aqui)
- Alexander Hamilton, de Ron Chernow. Tradução de Donaldson M. Garschagen e Renata Guerra. Editora Intrínseca, 896 páginas, R$ 99,90
Depois a Louca Sou Eu (2019)
Literatura e cinema brasileiros são outros que andam de mãos dadas. O livro Depois a Louca Sou Eu, de Tati Bernardi, deu origem ao filme homônimo estrelado por Débora Falabella, que estreou oficialmente em 2019 na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Com direção de Julia Rezende, a produção ganhou gás renovado neste ano ao chegar ao catálogo da Amazon Prime Video. No centro da narrativa estão os dramas e neuroses de uma narradora (anônima apenas no livro), um alter ego de Tati, que recorda para a audiência histórias de "pânico, amor e tarja-preta". (Leia a crítica completa aqui)
- Depois a Louca Sou Eu, de Tati Bernardi. Companhia das Letras, 144 páginas, R$ 42,90