O Museu Nacional deu início aos trabalhos de recuperação da fachada e do telhado nesta sexta-feira (12). O prédio histórico, que sofreu um incêndio de grandes proporções em 2018, deve ter as obras concluídas somente em 2026. Porém, uma cerimônia prevista para ocorrer em 7 de setembro de 2022 marcará a inauguração do museu — ou, ao menos, da parte externa e dos jardins — e os 200 anos da independência do Brasil.
Um evento para registrar o início das reformas foi realizado com representantes do Museu Nacional, da UFRJ, da Unesco e de outras entidades parceiras. A fachada será mantida como era antigamente e o telhado terá algumas partes com estrutura em vidro para que a luz natural entre no prédio.
O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, falou sobre a lição que ficou após o incêndio, que classificou como um dos momentos mais tristes e dramáticos da história cultural e científica do Brasil:
— Aprendemos, da pior forma possível, mas aprendemos. Temos a chance de construir uma instituição que sirva de referência e modelo, não só no Brasil, mas na América Latina.
A instituição lançou em setembro deste ano uma campanha de doações para recompor o acervo do museu. Até o momento, cerca de 500 peças foram arrecadadas.
Primeira instituição do gênero no Brasil, fundado por D. João VI em 1818, o Museu Nacional funcionava na antiga residência oficial dos imperadores brasileiros. A construção fica na Quinta da Boa Vista, hoje um parque em São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro. Desde 1946, é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Na noite de 2 de setembro de 2018, o fogo destruiu totalmente o prédio da sede do museu. Praticamente todo o acervo — 12 mil peças — foi reduzido a cinzas. Um inquérito da Polícia Federal concluiu que o incêndio foi resultado de um curto-circuito em instalações de refrigeração de ar.
A previsão orçamentária para a recuperação de todo o museu é de R$ 385 milhões. Já foram captados 64% dos recursos necessários.