Ao longo de 11 dias, o 33º Festival de Arte da Cidade de Porto Alegre, tradicional evento promovido pela prefeitura municipal, promoverá mostras, cursos, bate-papos, performances e palestras. A programação deste ano vai ao encontro de um movimento de valorização das mulheres que ocorre no mundo das artes em escala global.
Porto Alegre debaterá ainda mais as relações entre a arte e o feminino: o Margs terá uma programação voltada ao assunto no segundo semestre, e a 12ª Bienal do Mercosul adotará o tema no ano que vem. O festival ocorre em vários locais até 5 de julho e, novamente, de 6 a 8 de agosto. Mais informações e inscrições em atelierlivre.wordpress.com. Abaixo, veja alguns destaques da programação.
Exposições
Os desdobramentos da pesquisa sobre a presença de mulheres nos acervos públicos de Porto Alegre estarão na coletiva Artistas Mulheres: Territórios Expandidos, com abertura nesta sexta-feira (28), às 18h30min, na Pinacoteca Aldo Locatelli (Praça Montevidéu, 10). O festival inaugura ainda duas mostras individuais e com caráter mais contemporâneo. Natalia Schul: Descaber, que também será aberta nesta sexta, no mesmo local e horário, traz fotografias e vídeos nos quais Natalia interage com móveis e objetos, explorando a relação do corpo e o espaço. Claudia Paim: Corpopaisagem, com abertura no sábado (19), às 14h, na Pinacoteca Ruben Berta (Rua Duque de Caxias, 973) é uma homenagem à artista e professora que morreu em 2018. Sua produção, que envolveu performance, fotografia, vídeo, som e texto, foi pouco exposta na Capital.
Residência de Nosotras Proponemos
Com mediação da curadora da próxima Bienal do Mercosul, Andrea Giunta, o festival trará à Capital o grupo feminista argentino Nosotras Proponemos, composto por artistas, curadoras, galeristas, entre outras atividades. Desde 2017, o coletivo desenvolve ações de ativismo urbano, como a campanha por uma greve internacional das mulheres em 8 de março de 2018 e 2019. Em Porto Alegre, três delas – Cristina Schiavi, Lena Szankay e Maria Rosa Andreotti – farão uma exposição no Atelier Livre (Av. Erico Verissimo, 307), entre 1º e 5 de julho; uma oficina de criação de bandeiras (3 de julho, das 14h às 16h); um bate-papo (3 de julho, das 17h30min às 18h30min) e uma ação na rua (data e local a definir), com foco em três gaúchas: Claudia Paim, Heloisa Schneiders e Maria Magliani.
Performances de Nuno Ramos
O artista Nuno Ramos, que em 2017 estreou no Teatro Renascença a performance A Gente se Vê por Aqui, volta a Porto Alegre com outra ação de longa duração. Desta vez, propõe o projeto O Cinema ao Vivo, na qual a atriz Helena Ignez passará 24 horas na companhia de um filme que estrelou: Copacabana Mon Amour (1970), dirigido por Rogério Sganzerla, que foi seu marido. O público poderá testemunhar essa convivência, que será uma espécie de “ajuste de contas” da atriz. Serão várias sessões de 1h30min. Helena não deixará o palco e interpretará novos textos. Por questões de agenda, o trabalho será apresentado em 6 e 7 de agosto, na Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1.085). Às 14h do dia 8 de agosto, a atriz falará sobre o trabalho, ao lado de Nuno.
Palestras e oficinas
Organizado pela historiadora da arte Anelise Valls, o programa Mulheres Nas Artes: Feminismo, Narrativas e Invenções de Si reúne palestras e oficinas sobre a forma como a história da arte estuda e narra as mulheres na arte moderna e na arte contemporânea. Estão previstas oficinas de escrita, aquarela e bordado com foto em questões de raça, etnia, orientação sexual e os pautas diversas do feminismo nesta sexta (28). As atividades ocorrem entre 1º e 3 de julho, no Atelier Livre (Av. Erico Verissimo, 307).