Quem foi rei nunca perde a majestade. Nesta terça-feira (4), Dia do Poeta Repentista e Dia do Artista Regional Gaúcho, nada mais justo do que o Almanaque Gaúcho prestar tributo e lembrar duas lendas da música campeira do Rio Grande do Sul: Gildo de Freitas (Leovegildo José de Freitas) e Teixeirinha (Vitor Mateus Teixeira).
Ambos possuíam um estilo tradicionalista muito próximo, foram parceiros e rivalizavam em popularidade. Os dois morreram num dia 4 de dezembro: Gildo, em 1982, aos 63 anos, e Teixeirinha, em 1985, aos 58.
Gildo de Freitas nasceu em Porto Alegre, lá para os lados do Passo D’Areia, no dia 19 de junho de 1919, quando a região ainda era zona rural. Teixeirinha é de Rolante, no Vale do Paranhana, onde nasceu em 3 de março de 1927.
Segundo o site Estância Virtual – O maior blog sobre Tradição Gaúcha do Brasil, “ao longo de sua vida, Gildo nunca aguentou injustiças sem intervir – daquele jeito xucro dele. Um cafetão explorando prostituta, um marmanjo impondo sua força contra uma mulher ou uma criança, um sujeito humilhando um bêbado, nada disso era suportável aos olhos do justiceiro Gildo de Freitas. Politizado, assim que se tornou conhecido no meio regionalista, ele se integrou aos comícios de campanha de Getúlio Vargas, Leonel Brizola, João Goulart, Alberto Pasqualini, entre outros ilustres trabalhistas”.
Dizem que Gildo gostava de uma peleia e que teria sido preso mais de 40 vezes. De acordo com o site, entre 1953 e 1954, ele conheceu Teixeirinha, com quem estabeleceu, entre 1955 e 1959, “uma parceria completa, dessas em que se mergulha de pé, barriga e cabeça”.
Sobre essa união, Nico Fagundes escreveu que um duelo de versos entre Gildo de Freitas e Teixeirinha poderia durar horas, ficando muitas vezes sem vencedor. O depoimento mostra que Teixeirinha também era um exímio repentista. Porém, Teixeirinha ficou famoso como cantor e compositor, e Gildo ganhou mais fama como trovador. Teixeirinha está sepultado no Cemitério da Santa Casa, em Porto Alegre. Uma escultura dele, em bronze, de corpo inteiro, pilchado e com um violão nas mãos, ornamenta seu túmulo e permanece quase sempre coberta de flores, uma homenagem de seus inúmeros fãs.
Gildo de Freitas foi enterrado no Cemitério de Viamão. Em sua lápide, assim como numa cruz diante da sua sepultura, está grafado: “Aqui descansa um gaúcho que honrou a tradição”.