Na década de 1930, foi criado no Brasil um sistema de sorteios com cupons, cuja extração ocorria no Rio de Janeiro, então capital federal. O sistema podia operar em todo o território nacional.
No Rio Grande do Sul, o detentor da concessão era Dorval Pinto. Em Porto Alegre, a denominação da loteria era Sociedade de Sorteios A Gaucha, situada na Rua dos Andradas, 789, na quadra entre a Rua General João Manoel e a Travessa Paissandu (atualmente Rua Caldas Júnior).
Cada unidade era vendida por 2$500 réis (2 mil e 500 réis). O primeiro prêmio era um automóvel no valor de 12:000$000 (12 contos de réis). Existiam, ainda, outros prêmios de menor valor. Na Capital, um dos felizes ganhadores foi Marciano Rillo, portador do cupom de número 51.551, que aparece na foto recebendo o flamante Chevrolet zero-quilômetro.
Na ocasião, 11 de julho de 1931, foi feita a cobertura do fato pelos jornais Correio do Povo e Diário de Notícias de Porto Alegre. Assistiram ao ato da premiação, presidido por Dorval Pinto, Leopoldo Henrique Reuter, fiscal federal dos clubes de sorteios, Francisco Garcia, agente dos automóveis Chevrolet, Antenor Martins Lopes, guarda-livros daquela sociedade, e José Porto da Motta.
O resultado do terceiro sorteio de A Gaucha e o sucesso do evento despertaram grande interesse da população local, impulsionando a venda de muitas cartelas para os esperançosos apostadores, que continuaram almejando o valioso prêmio.
Se hoje é bom ganhar um automóvel, imagine naquela época, em que poucos rodavam pelas ruas da cidade.
Colaborou Luiz Carlos Mello