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Em 3 de julho de 1868, sexta-feira, às 18h, na casa 189 da Rua da Igreja (atual Rua Duque de Caxias), o Partenon Literário dava início às suas sessões após ter sido formalmente instalado em 18 de junho de 1868. É verdade, entretanto, que ele já funcionava regularmente há algum tempo, com reuniões ordinárias, nas quais o enfoque principal eram os debates sobre o que eles denominavam de teses. No encontro do dia 3 de julho, foi apreciado e discutido o parecer sobre a tese referente “à literatura clássica e à romântica” e sobre o tema “justificação ou não do suicídio”. A convocação dos sócios, publicada no Jornal do Comércio, foi assinada pelo primeiro secretário Afonso Luiz Marques.
Depois, as sessões do Partenon passaram a se realizar no Liceu Dom Affonso, graças à autorização do dr. Joaquim Vieira da Cunha, vice, mas presidente em exercício, da província. Em 12 de julho de 1868, domingo, às 17h, houve sessão ordinária sobre as teses de “história e de literatura”. Na sessão do dia 26, a discussão foi sobre “os jesuítas, em sua vinda ao Brasil, foram ou não úteis?”. Em 2 de agosto, continuaram os debates, com a terceira discussão da tese sobre os jesuítas. Na sessão ordinária do dia 9 de agosto, foi discutido o parecer sobre a tese referente ao “Combate do Poncho Verde”.
O funcionamento do Partenon, quanto aos debates, assemelhava-se ao de uma casa legislativa; às vezes, ao andamento de uma casa maçônica. Os pareceres sobre as teses eram apresentados por sócios determinados por sorteio. Depois de lido o parecer, os debates eram realizados, em mais de uma sessão.
Em 23 de agosto, foi discutida a tese “A influência da mulher sobre a civilização, desde os seus primeiros séculos até os nossos dias, tem sido benéfica ou perniciosa?”. No texto do aviso, assinado pelo secretário Afonso Marques e publicado no Jornal do Comércio no dia 21, chama atenção a observação: “Todas as pessoas decentes têm ingresso na sala das sessões”. Por que a observação “decentes”?
Em 10 de janeiro de 1869, na primeira sessão sob a presidência de Vasco de Araújo e Silva, com 20 sócios presentes, continuava em discussão a tese sobre o suicídio, cujo parecer, condenando o suicídio, foi dado pelo professor José Theodoro de Souza Lobo. Nessa mesma sessão, decidiram convidar Caldre e Fião para presidente honorário da sociedade. Então, Vasco era e continuaria sendo o presidente efetivo.
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Na sessão extraordinária de 17 de janeiro de 1869, sob a presidência de Vasco, foi lido o ofício enviado pelo dr. Caldre e Fião, pelo qual respondia ao Partenon, aceitando o convite. Os irmãos Porto Alegre, Lúcio (1843), Apolinário (1844), Aquiles (1848) e Apeles (1850), participavam ativamente da entidade. Em 24 de janeiro de 1869, sob a presidência de Vasco, houve a segunda sessão ordinária do ano, na qual foram declarados sócios honorários o bispo dom Sebastião Dias Laranjeira, o conde de Porto Alegre e o coronel Felipe B. de Oliveira Neri. O Partenon, assim, integrava ao seu quadro social figuras ilustres da cultura porto-alegrense, o que já tinha feito com relação a Caldre e Fião. Nesta sessão, assumiu a presidência Ernesto dos Santos Paiva (que fora para tanto eleito), e os sócios tomaram conhecimento do livro de geografia de autoria de Vasco de Araújo e Silva, destinado ao ensino primário, do Livro de Orações, drama escrito por Eduardo Salomé, e das publicações de poesias de Francisco Antunes da Luz, Aquiles Porto Alegre, Hilário Ribeiro, Nicolau Vicente e Sá Brito.
Além dos nominados, também foi integrado ao quadro social Firmino Antônio de Araújo, um farmacêutico, posteriormente licenciado para clinicar. Era ele o presidente do Partenon quando da instalação do Arraial do Partenon, onde seria construída a sede própria, nunca concretizada. O Partenon foi fundado por jovens liderados pelo professor Apolinário, mas, por ser o mais velho, Vasco de Araújo e Silva (1842-1898) foi escolhido para a presidência, logo que o movimento se preparou para sua formal fundação.
*Com colaboração de Cyro Martini
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