Medindo em torno de 50 centímetros de altura, com uma data e símbolos cristãos gravados, esta pedra da foto ao lado, conservada hoje no Museu Municipal de Vacaria, guarda estreita relação com as origens daquela cidade de Cima da Serra.
Na opinião do pesquisador Emiliano Limberger, “trata-se efetivamente de documento de suma importância histórica, não só para a região como para todo o Rio Grande do Sul. Um autêntico atestado de nascimento daquele território”.
Também conhecida como Marco de Pedra Missioneiro, a peça foi encontrada casualmente entre os municípios de Lagoa Vermelha e de Vacaria. Foi exposta a público pela primeira vez em 1996, durante o encontro dos municípios originários de Santo Antônio da Patrulha.Nas gravações em baixo relevo no bloco de pedra, destacam-se a cruz cristã, três hastes convergentes representando os três cravos da crucificação de Cristo (um dos emblemas jesuíticos) e a data de 1692.
Na interpretação de Limberger, o ano correto seria 1699, já que teria havido um desgaste do número final, devido às movimentações da peça ao longo do tempo. Documentação jesuítica (Coleção de Angelis, Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro) comprova o fato, registrando o ano final do século 17. Aparecem, ainda, as letras S e A, significando Sanctus Aluisius (São Luís).
A data em questão refere-se ao ano em que os jesuítas fundaram sua primeira estância na região, com o nome de Baqueria de Los Piñales, dando origem à futura cidade de Vacaria, que já foi chamada também de Nossa Senhora da Oliveira de Vacaria. O município emancipou-se de Santo Antônio da Patrulha em 1850.