O cenário paradisíaco do Caribe é um clássico. A porção de ilhas no Atlântico atrai visitantes de todo o mundo e é destino de brasileiros em busca de descanso, aventura e contato com a natureza ou de casais em lua de mel. São muitas opções, de acordo com o que se deseja fazer — e se pode investir — na viagem.
São tantos lugares, que é possível analisar microrregiões dentro do Caribe. Ao norte, em território mexicano, estão Cancún, Riviera Maya e Playa del Carmen, por exemplo. Em Cancún, ficam opções de hotelaria com passeios pela região, que incluem sítios arqueológicos e rios subterrâneos. À noite, as baladas animam os turistas. Já em Riviera Maya, predominam os resorts na modalidade all inclusive, para relaxar e curtir bons momentos dentro dos complexos de lazer.
Esses roteiros podem variar de categorias de turismo até o luxo absoluto. A gastronomia acompanha essa variedade, com a novidade, de uns tempos para cá, de alternativas vegetarianas e veganas. O hotel Palmaïa, em Playa del Carmen, é um exemplo disso. A experiência oferece também espaços e atividades orientados a relaxamento, meditação, massagem e alimentação natural. E o mar, ali pertinho, faz jus à fama do Caribe.
— É all inclusive, mas tem três ou quatro restaurantes, incluindo essa pegada de comida orgânica, vegana. Experimentei um dos melhores tartares de carne da vida, sem carne, sem ovo, absolutamente nada do tradicional. Uma coisa impressionante, porque só depois vieram nos contar o que estávamos comendo — diz a consultora de viagem Graziela Sandri.
Ainda na porção norte do Caribe, a Isla Mujeres se destaca por ser um excelente ponto de mergulho. A dica é alugar uma lancha e ir até lá, onde, por conta das correntes marítimas, as algas dificilmente chegam. O ideal, neste caso, é organizar tudo antes de ir, mas se resolver arriscar de última hora, muitas vezes o próprio concierge do hotel tem os contatos certos.
— Tendo em vista que o mundo "explodiu" novamente, em termos de busca de viagens, deve-se procurar um bom agente para fazer um passeio bem programado, sem grandes surpresas ou tendo o risco de sequer fazer o passeio — alerta Graziela.
Descendo um pouco, até a região central, a República Dominicana é um dos destinos mais procurados, especialmente Punta Cana, que tem voo direto. No entanto, é interessante abrir o leque e descobrir outras possibilidades. Alguns locais oferecem bastante vento para praticantes de esportes, como kitesurfe.
Além disso, a cidade de Santo Domingo tem boa parte de sua história preservada. O prédio-monumento em homenagem a Cristóvão Colombo, por exemplo, marca a chegada do navegador ao local. Vale a pena reservar duas ou três noites para explorar o roteiro cultural da região. Em ilhas próximas, como Anguilla e Saint-Martin, o foco fica mais restrito à hotelaria, com resorts all inclusive tomando o protagonismo — embora possam ser complementados com alguns (poucos) passeios.
— Para quem quer algo um pouco diferente na Jamaica, a gente sugere um hotel pequeno, muito bacana, chamado GoldenEye Resort. Era a casa onde o escritor Ian Fleming criou as histórias do agente 007 e, depois, várias cenas dos filmes também foram feitas lá — indica a diretora da agência Diário de Bordo, Luciane Garcia.
Mais ao sul, o Caribe guarda outras alternativas encantadoras e clássicas, como Aruba, Curaçao e Cartagena. No entanto, assim como em outros pontos, esses lugares ainda escondem culturas e histórias que merecem atenção dos turistas.
— Qualquer destino é para todo mundo, desde que se faça programação com muita antecedência. Estou falando de 11 meses, e não três ou quatro, isso não é mais antecedência no mundo atual. Sempre vai caber no bolso, desde que se entenda cedo como vai ser essa viagem — garante Graziela.
Decisão sobre o percurso é fundamental
Aruba, Cancún, Punta Cana, Curaçao, Cartagena. Estes são alguns dos destinos mais lembrados quando se fala no Caribe, porção de ilhas paradisíacas que se estendem do topo da América do Sul, pelo Oceano Atlântico até o Golfo do México. São, literalmente, milhares de opções — daí a importância de se informar bem antes mesmo de planejar a viagem.
A decisão sobre o destino exato passa até mesmo pela burocracia. Dependendo da rota escolhida, será necessário ter o visto para entrar nos Estados Unidos, o que implica também mais despesas. Isso vale, principalmente, para as ilhas mais ao norte do Caribe, portanto próximas ao território estadunidense, onde são feitas as conexões dos voos. É comum precisar passar por Miami, por exemplo, para chegar a Porto Rico, Cancún ou Cozumel.
Dependendo da companhia, a conexão pode ser feita na Cidade do Panamá. É o caso da Copa Airlines, que usa essa rota para chegar até as Bahamas, Jamaica, México e Curaçao.
Mais abaixo, em ilhas como Aruba, Bonaire e a própria Curaçao, é possível chegar em cruzeiros que partem do Panamá. Os navios costumam atracar por longas horas para que os turistas curtam as praias e a água de um azul turquesa indescritível. Além disso, o ponto de partida das embarcações é mais um atrativo.
— Pode conhecer o Canal do Panamá, fazer uma parada de duas a três noites na cidade, que tem bastante coisa para oferecer. É muito desenvolvida economicamente, tem uma parte nova, cujos prédios lembram os arranha-céus de Miami, e um bairro histórico muito aconchegante, que remete a pequenas cidades de colonização espanhola, da época do descobrimento — conta a consultora Graziela Sandri.
No caso dos cruzeiros, a ideia é viajar de um jeito prático sem deixar de conhecer a cultura local. O Caribe tem muito a mostrar, já que são diversos países, cada um com sua história e seus costumes. A rota dos navios costuma passar por Cartagena (Colômbia), que não foge dessa regra.
— A Colômbia é um país maravilhoso de se conhecer. Dá para ficar, tranquilamente, umas quatro noites. Há muito o que ver: a parte histórica, com cerca de 125 ruas que ficam dentro de toda a parte murada, os passeios de charrete, o bairro dos artistas, que é cheio de grafites, pinturas, quadros. Tudo isso e ainda experimentar um bom café colombiano — sugere Graziela.
Já em Curaçao, a atração são as atividades de mergulho sem necessidade de tomar embarcações. A água cristalina das praias é um convite para observar a vida marinha. Conforme o visitante avança em direção ao fundo, ela fica mais escura, possibilitando que se pratique diferentes modalidades, usando snorkel ou cilindro. A maioria dos cruzeiros parte do Canal do Panamá, outras rotas começam em Cartagena. Normalmente, são de sete dias e incluem, além de Panamá e Colômbia, as ilhas de Aruba, Curaçao e Bonaire.
Para completar, a malha aérea está contribuindo com quem não pretende viajar de navio. A Azul confirmou a oferta de voos diretos de Belo Horizonte para Curaçao a partir de junho, o que deve aumentar a procura pelo destino, segundo a diretora da agência Diário de Bordo, Luciane Garcia.
— A tendência é de que tenha uma busca maior. Ainda na região, pertinho de Cartagena tem uma ilha, chamada Baru, que tem um hotel muito bacana, o Isla Baru, bem exclusivo e com um mar bonito — indica.
Quanto custa
As cotações de viagem variam, mas dá para se ter uma ideia a partir de valores levantados pela consultora Graziela Sandri em 28 de fevereiro. A maioria deles não inclui aéreo.
Palmaïa - Playa del Carmen
- Seis noites, em maio
- Apartamento duplo, all inclusive
- A partir de R$ 14.610 por pessoa
Renaissance Wind Creek Aruba Resort -Aruba
- De 15 a 21 de abril
- Apartamento duplo, com café da manhã
- A partir de US$ 1.185 (cerca de R$ 6.170) por pessoa
Resort Dreams Curaçao - Curaçao
- De 1º a 6 de julho
- Parte terrestre com seis noites
- Apartamento duplo, all inclusive
- A partir de US$ 783 (R$ 4.080) por pessoa
Live Aqua Cancun Hotel - all inclusive
- De 7 a 11 junho
- Parte terrestre em apartamento duplo
- A partir de US$ 1.240 (cerca de R$ 6,5 mil) por pessoa
Punta Cana
- Período de 28 de agosto a 3 de setembro
- Com aéreas saindo de Porto Alegre
- Apartamento duplo, all inclusive
- Transfer e seguro viagem
- A partir de US$ 1.451 (cerca de R$ 7,5 mil) por pessoa
Cruzeiro partindo de Cartagena
- Saída em 4 de fevereiro de 2024
- A bordo do Rhapsody of the Seas
- Itinerário: Cartagena, Aruba, Bonaire, Curaçao e Panamá (pode variar de acordo com a data)
- Cabine dupla, interna, com todas as refeições - bebidas à parte
- A partir de R$ 5.714 por pessoa
Fique atento
O Caribe convive com uma alga, conhecida como sargaço, que parte da Baía do Amazonas e avança sobre o oceano até onde encontra condições favoráveis para isso. A densidade e o volume de algas fazem com que se forme uma camada espessa e escura, inviabilizando o acesso ao mar. São toneladas de detritos retirados das praias.
A consultora Graziela Sandri conta que um desses locais é Riviera Maya, onde, em maio de 2021, esteve por alguns dias e não conseguiu chegar perto da água. Segundo ela, geralmente o fenômeno é observado entre março e junho, mas tem sido visto em quase todas as épocas do ano.