A chuva que atingiu o Rio Grande do Sul entre o fim de abril e o mês de maio provocou a morte de ao menos 182 pessoas, segundo dados da Defesa Civil estadual.
Saiba quem são as vítimas da enchente
Nesta reportagem, GZH conta as histórias dessas pessoas; em alguns casos, famílias que perderam a vida para a enchente
Agnes da Silva Vicente
A morte da bebê de sete meses foi confirmada no dia 12 de maio, por meio de uma publicação dos pais nas redes sociais. Agnes havia desaparecido no dia 4 do mesmo mês, durante o resgate da família em Canoas, na Região Metropolitana. A menina – gêmea de Ágata – era um dos quatros filhos do casal Gabrielli Rodrigues da Silva, 24 anos, e do pintor Alisson Nunes Vicente, 25. A vítima caiu do barco durante o salvamento.
Adir Eckhardt, Elenita Gedoz Eckhardt, Anderson Eckhardt, Letícia Garcia de Souza e Andrieli Amanda Eckhardt
Todos da mesma família, os cinco morreram em um deslizamento de terra na localidade de Serrinha, em Roca Sales, no Vale do Taquari, em 5 de maio. Conforme o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, as vítimas foram encontradas abraçadas em um dos cômodos da residência.
Adir, 57 anos, era casado com Elenita, 52, e eram agricultores. Anderson, 33, era filho do casal e trabalhava em uma fábrica de madeira; Letícia 28, companheira do rapaz, atuava em uma fábrica de calçados. Andrieli Amanda tinha 13 anos e era filha de Adir e Elenita.
Alberi Neri Machado de Souza
Morador do bairro Campina, em São Leopoldo, Alberi, 61 anos, entrou em contato com a família pela última vez no dia 4 de maio. Na conversa, o idoso relatou que a água estava na altura dos pés, mas se recusou a deixar o local e justificou que se abrigaria no segundo piso. Alberi, porém, foi encontrado morto por um dos filhos no térreo da casa, no dia 9 de maio. O comerciante, que morava havia 35 anos no endereço, tinha três filhos homens e dois netos.
Alcemar Foster
Alcemar, o Xará, 63 anos, morreu ao tentar atravessar de carro uma área alagada na localidade de Linha Medianeira, em Segredo, no Vale do Rio Pardo, em 30 de abril. O corpo dele foi encontrado na tarde do mesmo dia, no Arroio da Pata. Alcemar era agricultor e não tinha filhos.
Alcenir da Silva
Alcenir, 33 anos, morreu ao tentar atravessar o Rio Pardinho, em Sinimbu, no Vale do Rio Pardo. O fato ocorreu quando o agricultor voltava para casa em Alto Sinimbu, no interior do município. Segundo a família, ele desapareceu no curso d’água em 30 de abril e foi localizado 11 dias depois. Alcenir tinha uma namorada e dois filhos – adolescentes de 14 e 16 anos.
Altair Ribeiro da Silva
O aposentado de 72 anos morreu em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, no início de maio. A família relatou à reportagem que o último contato com ele ocorreu no dia 3. Pedidos foram feitos para que o aposentado deixasse o imóvel, mas o idoso optou por ficar. A água começou a subir na cidade e atingiu a casa da vítima, na Rua Parobé, no Centro Novo, entre os dias 4 e 5.
Os parentes fizeram buscas pelo aposentado nos dias seguintes, mas foram informados pela prefeitura de Eldorado do Sul da morte de Altair em 11 de maio – o corpo havia sido localizado um dia antes. Natural de Camaquã, o idoso deixou uma companheira, com quem morava no município, além de quatro filhos, netos e bisnetos.
Andrigo Oliveira de Ávila e Paloma Mello da Silva
Andrigo, 27 anos, e Paloma, 25, voltavam do trabalho quando foram soterrados por um deslizamento de terra ocorrido em Linha Carolina Alta, na cidade de Boa Vista do Sul, na Serra, no dia 1° de maio. O casal chegava em casa quando houve a queda de barreira. Os filhos deles, de quatro e cinco anos, estavam em casa com a avó, a cerca de 500 metros do ponto onde eles foram soterrados. Os dois trabalhavam em uma granja no município.
Artemio Cobalchini, Ivonete Cobalchini e Natália Cobalchini
Artemio, 72 anos, e Ivonete, 62, foram encontrados mortos no fim da manhã do dia 3 de maio, na propriedade da família, na localidade de Linha Alcântara, interior de Bento Gonçalves.
Eles tinham uma tenda de produtos coloniais às margens da RS-431. A filha deles, a advogada Natália Cobalchini, 27, foi encontrada morta no dia 20 de maio. A outra filha do casal foi às pressas à Serra quando soube que os pais estavam ilhados na localidade.
Carlos Wolfart
Carlos, 41 anos, foi encontrado em 8 de maio, oito dias após desaparecer durante uma enxurrada em Sinimbu, no Vale do Rio Pardo. Morador de Itapiranga, Santa Catarina, a vítima estava no município gaúcho para ser o padrinho de casamento do cunhado. Segundo a família, ele teria fica 10 horas ilhado em um árvore antes de ser levado pela correnteza de um curso d'água. Carlos era casado e tinha três filhos.
Carolina Silveira Lopes
A fotógrafa Carolina Silveira Lopes, 30 anos, foi uma das vítimas de um deslizamento ocorrido na Ponte Ernesto Dornelles (ou Ponte dos Arcos), em Veranópolis, na Serra, em 1° de maio. Na tentativa de retornar para Porto Alegre, onde morava com o marido e a filha de cinco anos, Carolina parou no Restaurante e Pousada Colao, na cabeceira da ponte e, enquanto se abrigava da chuva que não cessava, acabou atingida por um dos maiores desmoronamentos da região.
Catharina Rizzardo Belle
Catharina tinha cem anos e morreu em Farroupilha, na Serra, no dia 3 de maio. A idosa morava na localidade de Linha Burati, onde chegou a ficar ilhada com a família devido à chuva na Serra. Os moradores aguardaram a chegada dos socorristas, que conseguiram retirar a idosa do imóvel; porém, observaram que ela empalideceu e morreu durante o resgate.
Celomar Avila de Oliveira
Celomar, 68, conhecido pelo apelido "Negrinho", desapareceu em 30 de abril e foi encontrado no dia 3 de maio, em Montenegro, no Vale do Caí. Familiares relataram que o idoso caiu em um curso d'água na localidade de Lomba Camboim enquanto recolhia gado com um cavalo. O corpo dele foi localizado por um policial que fazia buscas em um jetski. Celomar deixou a esposa, dois filhos e dois netos.
Cleci Bergenthal e Delcio Bergenthal
Delcio, 75 anos, e Cleci, 72, foram encontrados mortos no dia 4 de maio, na localidade de Vila Zecão, próximo à RS-287, em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo. Os dois estavam no segundo andar da residência antes da água tomar conta de toda a região de Mariante.
Cleiton Mazui
O jovem de 26 anos morreu no dia 4 de maio, quando ajudava no resgate de pessoas em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana. À reportagem, a família relatou demora na identificação no corpo, que teria ficado 17 dias sob responsabilidade do Instituto Geral de Perícias (IGP) antes de ser liberado para o enterro. Cleiton era morador do bairro Costaneira e carpinteiro; ele deixou uma filha de sete anos.
Delmar Waldomiro Sander e Nelson Schaffer
Nelson, 61 anos, e Delmar, 69, morreram na localidade de Morro Azul, na cidade de Paverama, no Vale do Taquari. O carro que eles estavam foi arrastado pela água de um córrego no dia 29 de abril; os corpos das vítimas foram encontrados no dia seguinte.
Denise Pacheco, Matheus Pereira, Rodrigo Luis Pereira e Maria Cristina Pacheco
Morreram em um deslizamento de terra que atingiu casas no distrito de Galópolis, no interior de Caxias do Sul, na Serra, em 2 de maio. Matheus tinha 15 anos e era filho da recepcionista Denise, 44, e do analista de qualidade Rodrigo, 41. A aposentada Maria Cristina, 67, era mãe da Denise e avó do Matheus.
Dirceu Milani
Dirceu, 64 anos, morreu após um deslizamento de terra ocorrido na Ponte Ernesto Dornelles (ou Ponte dos Arcos), em 1° de maio, em Veranópolis. Milani era arcebispo primaz da Igreja Católica Apostólica Conservadora e morava em Garibaldi. Ele viajava para Chapecó, Santa Catarina, no momento da ocorrência.
Dorly Brino, Gabriela Brino e Maria Eduarda Brino
Seis pessoas da família Brino morreram em um deslizamento de terra no interior de Roca Sales, no Vale do Taquari, em 30 de abril. As vítimas moravam em uma propriedade rural na localidade de Linha Marechal Hermes. Quatro pessoas foram localizadas: Gabriela, nove anos, e Maria Eduarda, de 20, e Dorly, 52, Janice, 49 – pais das jovens. Outras duas vítimas ainda não foram encontradas: Elirio e Érica, ambos de 78 anos, avós de Gabriela e Maria Eduarda.
Elizane Medianeira Milani Buss e Paulo Cesar Buss
O casal morreu na localidade do Baú, no interior de Itaara, no centro do Estado. Segundo a família, no dia 30 de abril, os dois estavam na casa onde moravam quando o imóvel foi atingido por um deslizamento de terra. Havia outros dois parentes no local, que escaparam ilesos. Paulo Cesar, 51 anos, foi socorrido e levado ao hospital, onde morreu no dia 24 de maio. Elizane, 47, foi encontrada morta nos escombros do imóvel no dia da ocorrência. O casal trabalhava na agricultura, estava junto havia mais de 25 anos e tinha dois filhos.
Emily Ulguin da Rocha e Liane Ulguin da Rocha
Emily, 17 anos, morreu em decorrência de um deslizamento de terra no dia 1° de maio, no Morro do Cechella, em Santa Maria, na Região Central. A ocorrência também resultou na morte da mãe dela, Liane, 45, que foi localizada no dia seguinte. O fato ocorreu na casa onde elas moravam na Rua Canário, no bairro Itararé. Emily cursava o último ano do Ensino Médio e fazia pré-vestibular para ingressar no curso de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Liane era decoradora, casada e tinha outros dois filhos.
Enpidio Capra
A morte de Enpidio, 55, foi confirmada no dia 1° de maio; ele foi encontrado morto na Avenida Vinte e Cinco de Julho, em Serafina Corrêa, no Norte.
Elisa Bucco Tomasi e Rodrigo Cagol
Elisa, 22 anos, e Rodrigo, 35, morreram em um deslizamento de terra próximo à Ponte dos Arcos, na BR-470, em Veranópolis, na Serra, ocorrido no dia 1° de maio. A jovem era aluna do curso de Pedagogia no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Eles moravam em Bento Gonçalves.
Helga Susana Hein e Helio Hein
Helio, 72 anos, e Helga, 68, morreram na casa onde moravam em São Miguel, interior de Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari, em 4 de maio. Segundo a família, o casal e uma das filhas deles, de 34 anos, ficaram ilhados devido à cheia do Rio Taquari, no dia 1° de maio. Depois de quatro dias, voluntários localizaram os corpos dos idosos e resgataram a filha com vida. Helio e Helga estavam juntos havia 46 anos e tinham outros dois filhos.
Ilo Antônio Maria e Júlio Antônio Maria
Os irmãos Ilo, 80 anos, e Júlio, 83, morreram em Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari. Os dois moravam em São Miguel, no interior do município. No dia 30 de abril, o Rio Taquari começou a subir e eles se abrigaram com outros familiares e amigos na casa de Ilo, mais distante do curso d’água. O nível, porém, chegou ao imóvel e os dois subiram para o telhado.
Segundo a família, no dia 2 de maio, os aposentados caíram na água e morreram afogados. As demais pessoas que estavam na residência foram resgatadas em 3 de maio. Os corpos dos dois foram retirados do imóvel dois dias depois do socorro. Júlio morava com a esposa, tinha seis filhos, 10 netos e três bisnetos. Ilo era separado, deixou dois filhos e duas netas.
Jane Lucia Gonzalez de Freitas
Jane Lucia, 64 anos, morreu em Canoas, na Região Metropolitana. No dia 4 de maio, a cheia atingiu a casa onde ela morava, no bairro Mathias Velho. A idosa conseguiu retirar o marido do local, voltou para retirar os animais domésticos – duas gatas, seis cachorros e passarinhos –, mas não conseguiu sair do imóvel e desapareceu. O corpo dela foi encontrado no dia 10 do mesmo mês. Jane Lucia era enfermeira do Hospital São Camilo de Esteio e não tinha filhos.
João Alexandre Gonçalves de Morais
João, 29 anos, foi encontrado morto no dia 31 de maio, em Estrela, no Vale do Taquari. No dia 2 do mesmo mês, ele havia desaparecido durante um resgate em Cruzeiro do Sul: o jovem estava no telhado da casa da tia quando o imóvel desabou no momento em que um socorrista descia pela corda de um helicóptero.
João Arlindo Gregory e Valéria Maria Gregory
O casal de agricultores morreu na casa onde vivia, na Linha Bom Fim, interior de Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari. Segundo a família, a água invadiu o imóvel e chegou próximo ao teto. Valéria, 77 anos, e João, 80, pediram socorro por telefone, mas ficaram ilhados entre os dias 2 e 5 de maio, quando foram localizados por um familiar. Eles estavam juntos havia quase 60 anos e tinham três filhos, três netos e um bisneto.
João Pedro Duarte Vieira
O agricultor aposentado João Pedro Duarte Vieira, de 72 anos, morreu em Salvador do Sul, no Vale do Caí. O fato ocorreu quando a casa em que ele vivia, em Linha Cangerana, desabou por conta de um deslizamento de terra na noite de 30 de abril. Segundo a família, ele foi encontrado morto pelo resgate, dentro do imóvel, enrolado em um cobertor; os cinco pets dele também morreram na ocorrência. João Pedro era viúvo havia quase 11 anos, tinha três filhos e seis netos.
José Alzemiro de Moraes e Marina de Brito de Moraes
José, 69 anos, e Marina, 63, morreram após a casa em que eles estavam ter sido arrastada por um deslizamento na localidade de Rancho Grande, em Canela, na Serra, no dia 2 de maio. O casal teve cinco filhos. José era servidor da prefeitura de Canela e Marina, agricultora.
José Adair Oliveira e Wagner Oliveira
José Adair Oliveira, 47 anos, foi encontrado morto no dia 2 de maio após um deslizamento de terra às margens da RS-112, em São Vendelino, na Serra, no dia 30 de abril. O corpo do filho dele, Wagner Oliveira, 22, foi localizado em 3 de maio.
José Marison de Barros Costa
O aposentado de 72 anos morava na Rua Araçá, bairro Cinco Colônias, em Canoas, na Região Metropolitana. Segundo a família, o idoso foi orientado a sair de casa no dia 3 de maio, mas se recusou a deixar o local onde vivia havia 45 anos.
Desde aquele momento, os parentes não conseguiram mais contatá-lo. A morte de José foi descoberta na lista de óbitos da Defesa Civil, no dia 16 de maio.
— Ele morreu afogado e ficou duas semanas nas águas podres até ser encontrado. Em 2020, meu pai sobreviveu a uma cirurgia cardíaca de alto risco para falecer sozinho e no escuro. Estamos abalados, tristes e inconformados — diz a filha Daniela Costi.
Além de Daniela, José tinha outro filho, cinco netas e dois bisnetos. A imagem que acompanha esta reportagem faz parte da rotina de lealdade do aposentado às cores do Internacional:
— A bandeira (do Inter) foi colocada em cima do caixão dele e as flores da coroa eram vermelhas e brancas. Perder um pai não é fácil, não há como superar isso — acrescenta a filha.
Josemar Eduardo Lemos Dias, Adriana Trindade de Oliveira e Miguel Eduardo de Oliveira Dias
Josemar, 35 anos, e Adriana, 40, e o filho deles, Miguel, um ano, foram encontrados mortos no Rincão dos Minello, uma região entre os municípios de Santa Maria e Itaara, no centro do Estado, em 4 de maio. O último contato deles com familiares havia sido no dia 30. Familiares relataram à polícia que a família teria ficado ilhada em casa. Adriana trabalhava em uma agência da Cresol em Santa Maria.
Juan Falcon Barrios
Juan, 31 anos, morreu soterrado na casa onde morava, no bairro Alto Paraíso, em Serafina Corrêa, na Serra. O corpo dele foi localizado em 2 de maio. Juan era paraguaio.
Kaíque Andriel Ludvig Santos, Nitiele Ludvig e Silvio Antônio Pellicioli
Kaíque, 13 anos, a mãe dele, Nitiele, 36, e o padrasto do adolescente, Silvio, 47, morreram soterrados no dia 2 de maio, em Gramado, na serra gaúcha.
Luciano Henrique Santos Lacava
O servidor municipal de 49 anos morreu no dia 12 de maio, após um deslizamento de terra atingir o pavilhão da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) e da Secretaria de Obras e Serviços Públicos. Luciano trabalhava na Codeca há 20 anos. A estrutura que desabou servia como uma usina de asfalto.
Leandro Fortes Carvalho
Leandro, 52 anos, teve a morte confirmada no dia 2 de maio, quando foi encontrado soterrado dentro de casa, no bairro Galópolis, em Caxias do Sul. Carvalho era natural de Santa Maria.
Luiz Odilon Rosa e Maria do Carmo de Souza Rosa
Luiz, 79 anos, era casado com Maria do Carmo, 65. Os dois morreram na casa onde moravam devido a um deslizamento de terra no distrito de Galópolis, no interior de Caxias do Sul, na Serra, em 2 de maio. O casal era aposentado e tinha três filhos.
Luiz Carlos Schutkovski
Luiz Carlos, 71 anos, morreu em Bento Gonçalves, na Serra, após o deslizamento da casa onde vivia, em Vale Aurora. Momentos antes da ocorrência, a esposa dele saiu do quarto para atender uma ligação do filho. A residência foi atingida pela terra naquele momento.
Manuella Da Boit Wendt
Manuella morreu aos 11 anos em Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari. Segundo a família, no dia 2 de maio, ela estava com os pais na casa onde viviam, em Linha Desterro, quando o Rio Taquari começou a subir. Os três ficaram ilhados e buscaram abrigo na laje do imóvel, onde ficaram à espera de ajuda.
Antes do socorro chegar, eles foram arrastados pelo curso d’água. A mãe da menina foi resgatada com vida; o pai, Fabrício Adriano Wendt, segue desaparecido. O corpo de Manuella foi encontrado no dia 15 de maio. A adolescente estava no 6º ano do Ensino Fundamental em uma escola de Cruzeiro do Sul.
Mateus Tansini
O corpo de Mateus, 55 anos, foi encontrado no dia 6 de maio, em Linha Alcântara, interior de Bento Gonçalves. Ele estava na casa de Artemio Cobalchini, 72, e Ivonete Cobalchini, 62, que também morreram por conta de um deslizamento que atingiu a casa onde o grupo estava.
Matilde Veronica Zimmermann, Rudimar Branchine e Jocemar Zimmermann Branchine
A família foi vítima de um deslizamento de terra na casa onde morava em Linha Pedras Brancas, interior de Gramado, na Serra. Matilde, 47 anos, e Rudimar, 62, foram localizados no fim da tarde de 3 de maio. Jocemar, 16 anos, foi encontrado no dia seguinte. O casal tinha cinco filhos. Matilde era camareira em uma pousada no município e Rudimar era vigia no mesmo estabelecimento.
Mário Forti
Mário, 44, morreu após um deslizamento de terra cobrir a casa onde ele vivia, na localidade de São Pedro Baixo, em Putinga, no Vale do Taquari. A morte dele foi confirmada em 3 de maio. Mário era agricultor e deixou uma filha de 13 anos.
Melânia Neumann
A idosa de 79 anos morreu depois que a água do Rio Pardinho invadiu o imóvel onde ela vivia, em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, em 31 de abril. A agricultora aposentada morava com o marido, de 72 anos, no imóvel. Segundo a família, o nível do curso d’água subiu e deixou o casal ilhado. O idoso escapou da cheia ao se abrigar no telhado, mas Melânia ficou na casa, pois ela não conseguiu subir. O corpo da vítima foi localizado por volta das 10h de 1° de maio. O companheiro dela foi resgatado com vida. Melânia tinha duas filhas e dois netos.
Milton Flores
Milton, 60 anos, morreu em Canoas, na Região Metropolitana. Segundo a família, pedidos foram feitos para que ele deixasse o imóvel onde vivia na Rua Lavras, no bairro Mathias Velho, quando o nível de água começou a subir no dia 1º de maio. Milton, entretanto, preferiu ficar e morreu afogado na enchente. A família estima que a morte tenha ocorrido no dia 3. O corpo dele foi encontrado seis dias depois. Milton trabalhava como pintor e morava desde os três anos na casa. A vítima era separada, deixou dois filhos e três netos.
Noeli da Rosa Duarte
Noeli, 56 anos, moradora da Linha Quilombo, em Gramado, morreu em um deslizamento no município, no dia 2 de maio.
Olide Pierina Brondani
Em 30 de abril, Olide, 85 anos, morreu soterrada após o desabamento de parte de um morro, que atingiu a casa da vítima, localizada em Silveira Martins, na Região Central. Familiares acionaram os bombeiros quando a idosa desapareceu por volta das 14h. O corpo dela foi localizado por volta das 21h30min.
Paulo Dussarrat Riter
O aposentado de 76 anos morreu na casa onde morava havia mais de 50 anos no bairro Rio Branco, em Canoas, na Região Metropolitana. Paulo foi orientado pela família a sair do local diante da ameaça de uma enchente. Ele, porém, optou por ficar no imóvel. Segundo uma das filhas, o último contato com o idoso ocorreu em 3 de maio; o corpo dele foi encontrado pelo genro cinco dias depois. Paulo era casado, tinha dois filhos e três netos.
Rejane Maria Viera e Renato Moreira Fernandes
A dona de casa Rejane Maria Viera, 48, morreu em um deslizamento de terra que atingiu a casa em que ela morava com o marido, na localidade de Gringuinha, na cidade de Pinhal Grande, na Região Central. O corpo foi encontrado em 3 de maio, após três dias de buscas. O companheiro de Rejane, o agricultor Renato Moreira Fernandes, 41, foi encontrado morto na sexta-feira (10). O casal não tinha filhos.
Valtemir Paulo de Godoy
Valtemir, 54 anos, morava no bairro Harmonia, em Canoas, na Região Metropolitana. Segundo a família, ele ficou em casa até o dia 5 de maio, quando deixou o imóvel onde se abrigava com outros vizinhos durante a cheia. No trabalho de socorro, o bote virou e ele não foi mais visto, conforme o relato de uma das filhas. A família soube da morte no dia 8 de maio. Valtemir era casado, tinha três filhos e seria avô em novembro, já que a única filha está grávida.
Vilmar Enar Lozado
O motorista de 57 anos morava no bairro Sarandi, na zona norte de Porto Alegre. Segundo a família, a água do Rio Gravataí atingiu a casa de Vilmar, que se afogou quando retirava pertences do local na madrugada de 5 de maio. O corpo dele foi encontrado por moradores da região no mesmo dia. Vilmar tinha cinco filhos, cinco netos e vivia sozinho na casa.
Vítimas identificadas pela Defesa Civil
- Dados divulgados em 2 de julho.