Uma volta de Luiz Felipe Scolari ao Grêmio não significa a chegada de alguém conhecido no vestiário gremista pela sua história e mística no clube. A passagem pela Arena entre 2014 e 2015 proporciona ao treinador o conhecimento de figuras importantes junto ao elenco e até com voz de comando.
Através delas é que pode se estabelecer uma adaptação melhor e uma sintonia para evitar tensões e criar a tranquilidade necessária para uma recuperação. Vale lembrar quem são os pilares que podem sustentar o início de um trabalho com novo comandante.
Na última passagem de Felipão no Grêmio, ele pediu a contratação do então lateral Marcelo Oliveira, inclusive bancando o jogador contra opiniões que não o recomendavam por problemas físicos. Marcelo não só foi contratado, mas se tornou titular, seguiu assim com Roger Machado e Renato Portaluppi, perdeu espaço em função de lesões graves e encerrou a carreira para se tornar coordenador técnico. A colocação no cargo se deu, entre outros motivos, pela liderança desempenhada no grupo, mesmo quando estava fora do time.
Se Marcelo Oliveira foi indicação de Luiz Felipe Scolari em 2014, Maicon chegou ao Grêmio com o aval do treinador em 2015. Ali começava a trajetória de um dos maiores líderes que o clube já teve dentro de campo e no vestiário, além de ser tecnicamente um jogador qualificadíssimo. Ainda que não esteja jogando regularmente, passa pelo meio-campista o equilíbrio das relações entre os profissionais e os dirigentes, sendo valioso apoio para a comissão técnica. O conhecimento mútuo entre jogador e treinador ajudará muito.
No Grêmio desde 2013, Pedro Geromel teve como primeira parceria de sucesso na defesa gremista o jogador Rhodolfo. A dupla se afirmou sob o comando de Felipão em 2014. A partir do momento em que se tornou titular absoluto na posição, Geromel só cresceu e se tornou símbolo de eficiência defensiva.
O caso mais recente de boa relação entre Felipão e um atual titular tricolor não vem dos tempos em que Felipão treinou o Grêmio. O conhecido do treinador é Thiago Santos. O volante foi recomendação de Scolari, que o conhecia dos tempos de Palmeiras. O treinador falou para os diretores gremistas que deveriam contratar o jogador, e assim foi feito. Thiago chegou à Arena jogando bem e mostrando muita personalidade, o que lhe confere uma situação de liderança, ainda que recém-chegado.
Um dirigente, dois atletas símbolos de uma equipe que teve muitos títulos e outro jogador experiente e que vem jogando bem. Já está composta uma base de sustentação para um novo trabalho de um experiente treinador. Assim estarão quatro pilares para uma chegada de Luiz Felipe Scolari. Todos tiveram, em algum momento, o privilégio de ser treinados por Felipão e teriam todo o tempo do mundo para resgatar os ensinamentos e corrigir posturas erradas.