Paolo Guerrero á cada vez mais fora do Inter. A movimentação do jogador com declarações do procurador ou notas oficiais tinham por objetivo tirar a medida da temperatura de um possível interesse do clube numa renovação de contrato. Está claro que a resposta já foi dada na clássica afirmativa "o jogador tem contrato em vigor e contamos com ele até o final do ano". Isto significa um evidente agradecimento em bom nível, mas se referindo a um inevitável final de compromisso.
Guerrero começou a sair do Inter no dia em que sofreu a grave lesão que o tirou de ação por sete meses. Sem nenhuma responsabilidade por aquela fatalidade, havia uma chance de retorno após a recuperação, o que aconteceu recentemente.
Aquilo, porém, fez o clube buscar soluções, seja promovendo jogadores do grupo, como Yuri Alberto, ou fomentando ajustes que deram certo, como a fixação de Thiago Galhardo como avante. Além disso, foram buscadas emergencialmente reposições, como Abel Hernández e Leandro Fernández.
Se a lesão se tornou fator de dúvida para encaminhar uma permanência de Paolo Guerrero após o final de seu contrato, a troca no comando executivo do futebol foi determinante. Com a saída de Rodrigo Caetano, ao final de 2020, o peruano perdeu seu maior suporte profissional e pessoal no Inter.
Foi Rodrigo quem idealizou e viabilizou a contratação do centroavante, um fato que teve repercussão gigantesca e que agradou, e muito, os colorados em geral. Em caso de permanência do dirigente, era quase uma certeza de que o jogador estaria num ambiente propício para uma renovação de contrato antes mesmo do prazo final, como acontecera no ano passado.
O experiente centroavante sentiu que, sem Rodrigo Caetano, as coisas não seriam tão simples. Talvez esta percepção tenha feito Guerrero tomar a frente na exposição pública de sua situação, certamente sonhando com um interesse imediato do clube, algo que não aconteceu nem por parte da diretoria, nem entre os torcedores.
Sem poder contar com o respaldo de alguém como seu amigo e antigo diretor-executivo, o atacante teve a prova de que, a partir de então, com uma forte e emergente concorrência dentro de campo, com a situação delicada das finanças coloradas e com seus 37 anos, sua saída do Beira-Rio teve processo deflagrado no dia 31 de dezembro de 2020.