A manifestação de Paolo Guerrero falando em rescisão de contrato é balão de ensaio. Com seu direito legítimo de querer jogar, ele tem consciência também de que ainda não está em condições boas sequer para disputar posição no time de Miguel Ángel Ramírez.
Não sentindo empolgação por parte do clube na tentativa de renovar seu contrato, o peruano soltou a voz através de seu procurador e por nota oficial. Agora ele já tem uma amostragem do interesse colorado em sua permanência para 2022.
Não estão faltando a verdade os dirigentes do Inter ao dizerem que o centroavante tem contrato e que, por isto, contam com ele até o final deste ano no clube. Isto é simples, é lei, desde que a instituição cumpra suas obrigações, o que parece que está acontecendo. Está claro que não há um projeto para Paolo Guerrero no futuro colorado, especialmente a partir de 2022, ainda que Yuri Alberto seja um candidato iminente a ser negociado.
Guerrero é caro e tem razão para ser. Nenhum atleta do Inter atual tem a projeção do atacante, nem o recém repatriado Taison. O peruano é muito grande e, por consequência, terá uma negociação difícil, proporcional à sua dimensão.
Sua utilização não foi a esperada nestes anos por motivos alheios à vontade do próprio atleta. Como profissional ele está sendo absolutamente correto com o clube até agora. A recíproca é totalmente verdadeira e merecedora de reverência por parte do atleta que encontrou acolhimento desde 2018 no Beira-Rio.
Dificilmente a diretoria colorada vai propor uma rescisão de contrato pois a mesma custa caro, um dinheiro talvez indisponível no momento. Se Guerrero solicitar o desligamento, até por uma conveniente cortesia, o Inter não vai se opor.
Se cumprir o compromisso, sairá em dezembro provavelmente sem proposta de permanência, ou com algo bem abaixo do padrão atual como oferta. As manifestações dos dirigentes até agora e o barulho inicial da torcida nas redes sociais são claros: "Guerrero é um grande jogador, o clube é grato pela dedicação, lamenta os percalços, mas seu custo-benefício proíbe uma renovação". Seria a saída ideal.