Pode parecer repetitivo, mas o jogo contra o Always Ready deu dois fortes alertas à diretoria colorada em relação a uma necessidade urgente do elenco. Quando Lucas Ribeiro se machucou, não havia outro zagueiro no banco de reservas e na hora em que Zé Gabriel falhou, originando o segundo gol boliviano, ficou mais uma vez escancarada sua dificuldade em cumprir a função que lhe é conferida na posição que não é a sua de origem. Faltam defensores no elenco colorado, seja em número ou qualidade.
Se lá na frente são cobradas de Miguel Ángel Ramírez escolhas discutíveis como as de deixar Patrick e Yuri Alberto no banco ou o posicionamento de Carlos Palacios, isto se dá num universo de fartura. Há opções, e de bom nível, e um futuro bem desenhado com Taison. O problema está na retaguarda. Cuesta se tornou um solitário titular absoluto.
As três alternativas, com Zé Gabriel, Lucas Ribeiro e Pedro Henrique, que nem viajou, são insuficientes e deixam o Inter à mercê de lesões e suspensões. Elas não garantem equilíbrio na qualidade. Seja valorizando as jogadas eminentemente defensivas como desarmes, interceptações e bola aérea, ou priorizando saída de jogo, o grupo colorado está com uma lacuna gigantesca e perigosíssima.
Neste caso, a responsabilidade não é necessariamente do treinador, a não ser que ele tenha dito aos dirigentes que não há necessidade de novos defensores, algo que é inimaginável. É urgente para os planos colorados a busca de pelo menos um zagueiro, de preferência com alguma experiência para não deixar Cuesta sobrecarregado ou proibido terminantemente de sofrer lesões ou suspensões.
É muito preocupante ouvir dos dirigentes colorados que não estão numa busca alucinante por defensores, sejam indicados pelo técnico ou fruto dos tão elogiados estudos dos responsáveis pela prospecção de atletas. Isto pode sair mais caro do que um sacrifício financeiro.