O que se esperava aconteceu. O Inter teve problemas em função da altitude e isto comprometeu a tentativa de evitar a derrota diante do Always Ready. Este comprometimento, porém, não evitou o time de Miguel Ángel Ramírez de mostrar problemas antigos. O futebol apresentado foi apenas razoável contra um adversário muito frágil. Os bolivianos deram chance, e os colorados, mesmo ressentidos fisicamente, deixaram de aproveitar a oportunidade de pelo menos empatar no altiplano.
Não se pode analisar a partida, com todos os descontos da altitude, sem passar pelas escolhas do treinador colorado e pelo funcionamento não mais do que relativo de seu esquema tático. Houve confusão no que se viu em La Paz e erros técnicos individuais. Ainda que possa se insistir no pouco tempo de trabalho, a Libertadores começou. Não há mais como fazer testes ou tentar conhecer a fundo os atletas. Para isto serviu até aqui o Gauchão. Tudo agora precisa ser tratado como definitivo, mesmo que não se necessite de uma escalação titular fixa.
O que já era uma necessidade passa a ser obrigação, a de vencer todas as partidas no Beira-Rio. Um ponto em La Paz teria sido um bom resultado e ele esteve ao alcance do Inter. O desafio maior, porém, é melhorar o desempenho e consolidar o padrão. Por mais que estejam claras as ideias de Ramírez, a execução mostra pecados como a dificuldade na saída de bola. O paradoxo deixado pelo jogo na altitude é que a lentidão de outras partidas não foi o maior problema. Faltou articulação e desempenho ofensivo. Vitórias serão fundamentais para dar tempo para consolidar o trabalho.