Mesmo sem ter conquistado nenhum título em sua passagem pelo Grêmio, o meia Giuliano deixou saudades na Arena. A combinação entre qualidade técnica, capacidade física e comprometimento tático o levou à Seleção Brasileira no período em que atuava pelo Tricolor. Ele fez parte, sob o comando de Roger Machado, da montagem do time-base que viria a ser aprimorado por Renato Portaluppi e vencedor na Copa do Brasil e Libertadores a partir de 2016, logo depois da saída do jogador.
Na hipótese de um retorno de Giuliano, qual seria o melhor lugar para colocá-lo? Com a sua qualificação, ele não estaria na condição de disputar posição. É daqueles que chega e joga. Quando saiu, há quatro anos, o meia estava muito bem atuando pela direita, onde Renato acabou colocando com sucesso Ramiro que, no início do ano passado, se transferiu para o Corinthians. De lá para cá, o dono da posição é Alisson que vive hoje seu melhor momento no clube, saindo ileso, inclusive, da irregularidade apresentada pela equipe. Não é exagero dizer que ele é o jogador mais importante da temporada 2020 no Tricolor.
O ecletismo é uma marca de Giuliano. Antes de jogar pelo lado no Grêmio, foi jogador centralizado no meio-campo, como fez no Inter campeão da América em 2010 e voltou a fazer no exterior. Talvez esteja aí a opção mais viável de aproveitamento, caso o Grêmio o contrate. A disputa seria com Jean Pyerre que vem apresentando sucessivos problemas médicos e cujo protagonismo na equipe não está consumado.
O próprio Giuliano também já admitiu que tem capacidade de atuar mais recuado e, nos tempos de Grêmio, comentou que poderia ter um futuro como o que aconteceu com Maicon que era meia e se tornou volante. Se o Grêmio pensa em recontratar seu ex-jogador, uma coisa parece certa: não será para jogar na mesma posição em que atuava. Pela grandeza do atleta, porém, ele tem como provocar uma alteração de modelo tático por parte de Renato Portaluppi.