A sequência de quatro vitórias do Inter no Brasileirão que o mantém como líder da competição coincide com uma série inédita de atuações superiores do time de Eduardo Coudet. Em meio a um calendário implacável, com jogos duas vezes por semana e sem o grupo numeroso, como já se queixou o treinador, a equipe colorada achou o equilíbrio necessário entre desempenho técnico e estratégia para enfrentamento. O modelo colorado que está sendo executado é o de largar na frente do placar, manter aceleração até onde pode e administrar a vantagem.
Aplicar um planejamento como este é muito complicado pois é necessário ter desempenho técnico-tático aliado à condição física. O chamado "gol cedo" com a manutenção da intensidade é algo que já se viu adotado em grande escala pelo Grêmio de Renato Portaluppi nos seus melhores momentos.
Também se viu, e se vê, algo parecido no multicampeão Flamengo, seja nos tempos de Jorge Jesus ou agora com Domènec Torrent. O que ocorre no Inter também é a adequação dos resultados obtidos com a preservação necessária de jogadores.
Há muita consistência nos primeiros tempos do Inter nas últimas partidas e as vantagens obtidas têm sido sustentadas com opções do treinador em não recuar o time nas primeiras mudanças. Provavelmente isto decorra de uma boa resposta física, já que é notório que a velocidade da equipe aumentou. Ela passou a correr de maneira correta e o reflexo é o crescimento ou a reabilitação técnica de jogadores como Edenílson.
O ciclo virtuoso está estabelecido no Beira-Rio após alguns tropeços durante o início da temporada. Só com rendimento máximo, sem perder a aceleração, a concentração e a intensidade é que o Inter poderá seguir perseguindo alguma conquista.
Finalmente o futebol colorado se aproxima daquilo que é considerado um desempenho de campeão. O desafio é seguir com a chamada corda esticada pelo maior tempo possível. Só assim pode haver enfrentamento com elencos mais ricos como Flamengo, Atlético-MG ou outros grandes clubes que estarão pelo caminho na Libertadores.