Parece coincidência e até pode ser usado como flauta pelo gremistas. Quando o time de Renato Portaluppi enfrenta alguma instabilidade, surge um Gre-Nal e tudo se resolve. Brincadeira ou não, a dominação tricolor nos clássicos foi ratificada na Libertadores e pode criar um novo momento para uma equipe que vinha apresentando uma irregularidade reconhecida pelo próprio treinador. O resultado do clássico de quarta-feira (23) arruma a casa tricolor, mas é preciso agora conservar esta arrumação. Ganhar do Inter não basta para quem tem as ambições gremistas.
Não há discussão de que o Grêmio foi bem melhor no clássico, que mereceu a vitória e que teve recompensada a estratégia de seu treinador, especialmente no uso dos três volantes. Há, porém alguns pontos a ajustar. Diego Souza novamente ficou isolado e faltou ligação entre meio-campo e ataque. Talvez a volta de Jean Pyerre, ainda que tirando um volante, solucione isto.
No Gre-Nal do Beira-Rio foi interessante ver a intensidade tricolor no primeiro tempo, mesmo sem jogadas agudas, mas jogando no campo adversário. Isto não vinha sendo apresentado nas últimas partidas com tanta eficiência. A diminuição de ritmo na etapa final foi normal, nada que coloque em dúvida o condicionamento físico, tão discutido recentemente. O desafio é repetir esta mesma movimentação ou a consciência apresentada, seja com um provável time alternativo no Brasileirão contra o Atlético-MG ou com força máxima diante do Universidad Catolica pela Libertadores.
A hora tricolor é de fazer ser duradouro o efeito positivo de mais um clássico vencido, diferente do que aconteceu no Gauchão, quando o título do segundo turno conquistado sobre o Inter foi sucedido com atuações modestas nas finais contra o Caxias, ainda que rendendo o título e por um início de Brasileirão muito modesto. O Gre-Nal jogou muitos problemas para o lado colorado, mas não resolveu todos nos lados da Arena. Agora, porém, é muito mais fácil buscar as soluções.