A saída de Bruno Fuchs não alterou em nada o rendimento colorado. Ao contrário, os primeiros jogos de Zé Gabriel deram uma segurança tal na posição que a troca foi vista como vantajosa. Além disso, calaram-se momentaneamente as vozes que pediam o retorno do experiente Rodrigo Moledo, alguém que não tem a característica mais desejada pelo técnico Eduardo Coudet. O novo titular, porém, como é comum para jovens na casa dos 21 anos, oscilou na produção e a prudência está mandando o treinador rever sua titularidade em nome do time atual e do futuro do jogador.
A exigência número um de Coudet para seus zagueiros não parece ser a de defender, mas a de iniciar as jogadas do time. Prioridade discutível e exagerada na aplicação, ela foi o cartão de visitas e agora está sendo o tormento de Zé Gabriel. Some-se a isto a natural necessidade de adaptação de um volante de origem para ser defensor. É preciso ter vitória pessoal sobre atacantes, bom controle da bola aérea e posicionamento preciso. Um passe errado que redunde em gol adversário ou simples jogada perigosa desestabiliza. Isto vem ocorrendo com mais frequências nas últimas partidas. A consequência terrível nesta hora é a cobrança exagerada do torcedor, uma crueldade recorrente contra as pratas da casa .
Diante disto, o técnico colorado não estaria correndo nenhum risco maior em reconsiderar a condição de Rodrigo Moledo, reconduzindo-o ao time titular a partir do jogo contra o América de Cali, já que no Gre-Nal do próximo sábado (3) Zé Gabriel estará fora por ter sido expulso. Além de uma mudança de ordem técnica, trata-se de preservação para um garoto que tranquilamente poderá retornar à titularidade até num curto prazo, seja na zaga ou até na sua posição de origem. Bola para isto ele já mostrou que tem. Moledo e Cuesta já formaram uma das melhores duplas de defesa do Brasil. Nesta hora de tanta cobrança para o time colorado, este retorno garante experiência e segurança.