José Gabriel dos Santos Silva é o Zé Gabriel, 21 anos, jogador do Inter que começou na base do Corinthians como meia, mas virou o novo titular da zaga de Eduardo Coudet após a saída de Bruno Fuchs. Ele acredita que a versatilidade para atuar em novas posições é um ponto positivo que o ajudará na carreira. O atleta chegou ao Colorado em 2018, como volante, e iniciou a temporada de 2020 treinando como zagueiro por escolha do técnico argentino.
— Prefiro ajudar. Seja como zagueiro ou volante, onde o "Chacho" quiser usar, tenho de estar bem preparado mentalmente para as coisas darem certo — disse Zé Gabriel, em entrevista ao programa "Show dos Esportes", da Rádio Gaúcha, desta segunda-feira (24), ressaltando a confiança no próprio trabalho e nas ideias do comandante:
— Creio que me adaptei para o estilo de jogo que ele quer e exige na filosofia de trabalho dele, que é com a construção desde trás.
Zé Gabriel saiu de casa aos 12 anos de idade. Deixou o pai, a mãe e a irmã morando em Carmópolis, no Sergipe. Além dos três motivos da saudade do zagueiro, a cidade tem aproximadamente outros 14 mil habitantes que vivem 48 km longe de Aracaju, a capital do Estado, e a 3,2 mil km de Porto Alegre.
— Depois de ter realizado meu sonho de ser jogador profissional, meu próximo é ter meus pais perto de mim — revelou, explicando que a família ainda tem vínculos no local:
— É um processo que vai acontecer em um futuro próximo, mas a gente tem de fazer as coisas com calma. Quero estar com eles o mais breve possível.
O funil que transforma as categorias de base em futebol profissional é mais estreito em alguns lados. O zagueiro cita Diego Costa, atacante naturalizado espanhol, como o único conterrâneo estadual que teria dado certo no futebol.
— Antes de sair de casa tive uma conversa séria com meu pai. Disse que era isso que eu queria, que teria de abrir mão de muita coisa. Ainda mais saindo de onde eu saí. O índice dos de lá que chegam (viram profissionais) é baixo — comentou Zé Gabriel.