Quando está alegre, Eduardo Coudet sorri nas entrevistas e por vezes brinca com os repórteres. Nas ocasiões em que está incomodado, ele abusa das interrupções nas perguntas e mostra toda sua contrariedade com os questionamentos. Nada disso aconteceu após o empate com o São Paulo. O técnico colorado respondeu todas as perguntas com total educação e sem esboçar nenhuma reação emocional. As explicações nem sempre foram suficientes para esclarecer o que era solicitado, mas isto até não é anormal. O que fugiu completamente do usual foi o desânimo de "Chacho".
O técnico do Inter lamentou muitas situações. Abatido, disse que se sentiu afetado emocionalmente com a saída do vice-presidente Alessandro Barcellos. Contou que se frustra ao preparar esquemas e escalações e ser surpreendido com casos positivos de testes da covid-19. Também reafirmou que o elenco colorado é "corto" (curto, no sentido de pequeno, em espanhol) para encarar competições paralelas. Ele não capitulou, mas transpareceu que estava se sentindo no fundo do poço, como que preparado para pedir para sair.
Quem acompanhou a entrevista coletiva do treinador do Inter viu um profissional que por pouco não admitiu que os problemas o estão vencendo e que não há muito o que fazer, ainda que naquele momento ele fosse vice-líder do Brasileirão e com a possibilidade real de três dias depois garantir vaga nas oitavas-de-final da Libertadores. Ficou clara a impressão de fragilidade até pessoal do profissional diante de um contexto de pressão. Coudet pareceu vulnerável e assim vai começar uma semana que se inicia na Colômbia contra o América de Cali e desemboca em mais um Gre-Nal. A continuidade de trabalho já foi assegurada pelos dirigentes, porém, não está imune a sobressaltos.