O projeto Saudade do Esporte recorda na RBS nesta semana as finais da Libertadores da América de 2017 que consagraram o Grêmio como tricampeão e deram visibilidade internacional a quem jogou como craque: o volante Arthur. Melhor em campo na decisão em Lanús jogando apenas um tempo, ele surgiu como joia do Grêmio, esperança na Seleção Brasileira e imediatamente foi vendido para encantar a torcida do Barcelona.
Este jogador, porém, perdeu o encanto, mas ninguém acredita que tenha perdido o futebol. A prova é que agora vai para a Juventus e troca de parceria mágica, deixando a companhia de Messi para ter a de Cristiano Ronaldo. Trata-se de um negócio inesperado, com uma permanência de menos de três anos do brasileiro no Barça. Bom para o Grêmio.
Do jeito que surgiu, com o futebol que apresentou, especialmente na chegada à Espanha, Arthur criou a expectativa de ser um substituto ideal para preencher uma das lacunas deixadas pelos históricos Xavi e Iniesta. Quem o viu estrear com personalidade e se destacar tecnicamente nos primeiros jogos apostava que o volante brasileiro chegava ao clube catalão com 21 anos para permanecer até praticamente o encerramento da carreira, o que acabou não acontecendo. Ninguém imaginava uma saída em apenas dois anos.
O volante, ao final da primeira temporada no Barcelona, já era cobrado pela falta de constância em campo, pela dificuldade em completar os jogos e por excessos de "extracampo", muitos deles frutos da parceria com Neymar, alguém que ainda desperta ressentimentos na comunidade do Barcelona. Perdeu a titularidade e passou a ser negociável, ainda que por um bom valor.
O Grêmio tem direito e 3,5% do valor de uma venda de Arthur e certamente não esperava que seu ex-jogador fosse ser negociado num prazo inferior a cinco anos. Foi por isto que na venda para o Barça foram criados gatilhos de valorização, alguns até já atingidos. Fala-se em 80 milhões de euros a serem pagos pela Juventus por Arthur. Para os cofres tricolores viriam 2,8 milhões, mais de 16 milhões de reais.
O aporte de dinheiro é quase salvador no atual momento, principalmente se liberado rapidamente. Além disso, vale seguir torcendo para o jogador retomar na Itália a regularidade em alto nível que o tornou “Rei Arthur” na Arena. Com 23 anos, tem muito tempo para ele voltar a encantar, se valorizar, e protagonizar no futuro mais uma milionária transferência para reforçar os cofres tricolores.