Um dos pontos mais utilizados para tentar justificar o momento atual do Inter é o foco colocado na Libertadores. O técnico Eduardo Coudet, em vários momentos, fala sobre o desempenho do time na competição continental para defender o indefensável. Essa visão não fica apenas na casamata, a gestão do clube também tem muito orgulho da campanha realizada pelo time até a semifinal. Isso não é errado. O que foi feito até a eliminação é gigante. Porém, a temporada continua e não pode acabar de forma melancólica.
Determinar focos nunca será algo prejudicial. Buscar a Libertadores era o caminho mais palpável para o Inter e praticamente todos concordam com essa realidade. Naquela situação, principalmente após passar pelo River Plate, o Inter tinha cinco decisões pela frente e poderia apostar tudo no tri da América. Ter a mesma corda esticada também no Brasileirão é impossível, e esse risco foi assumido. Mas a partir da eliminação essa desculpa não pode ser utilizada.
Vários times do Campeonato Brasileiro dividiram atenções com outros compromissos. Esse fator evidencia como é problemática a campanha colorada e como seria possível fazer mais, apesar de todos os desafios. Olhamos para parte de cima da tabela e enxergamos times que foram até campeões da Copa do Brasil e Libertadores com mais determinação e pontos na comparação com o Inter. Além disso, alguns clubes que eram considerados rebaixados já estão com a mesma pontuação do Colorado.
A explicação não está no foco dividido entre competições. Mais da metade dos times do campeonato passou por essa situação. A diferença é que os outros adversários têm planejamento equilibrado. Eles tiveram durante todo o ano a mesma comissão técnica e preparo físico. O equilíbrio está nos detalhes que são relevantes na organização do clube. A bagunça que é o Inter acaba resultando nesse final de temporada ruim e com baixíssima perspectiva.