Estava certa a previsão que o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, fez em entrevista à coluna na semana passada. Perguntado se era inevitável a chegada do coronavírus ao Brasil, disse que era muito provável que tivéssemos casos da doença por aqui.
À luz da confirmação do primeiro caso no país, vale relembrar as recomendações de Gabbardo para os gaúchos, habituados a compartilhar o chimarrão:
1) O Rio Grande do Sul tem alguma característica especial que favoreça a chegada do vírus?
Podemos dividir essas características em grupos. O clima mais frio, por exemplo, faz com que os ambientes sejam mais fechados e com menos ventilação. Temos também o hábito do chimarrão, que é passado de boca em boca e que, apesar do calor da água, precisará ser debatido caso o vírus realmente chegue até o Estado. E há também o fluxo de pessoas gerado pelo comércio internacional, setor em que o Rio Grande do Sul tem papel de destaque.
2) Passado o primeiro impacto, quais os maiores aprendizados?
A velocidade das decisões é fundamental. Se a China não tivesse isolado a província onde surgiu o novo vírus, os efeitos já seriam bem piores. Passar informações claras e transparentes para a população é outro fator fundamental no combate à ameaça. Não se deve apelar para o alarmismo, mas seria um erro menosprezar os riscos.