O jornalista Caio Cigana colabora com o colunista Tulio Milman, titular deste espaço.
Apesar das suspeitas investigadas, o Rio Grande do Sul e o Brasil não têm, até agora, nenhum caso confirmado de contágio pelo coronavírus. Mas, na hipótese de a infecção chegar por aqui, os gaúchos talvez precisem ter um cuidado a mais em relação às principais recomendações dos especialistas, como fazer constantemente a higiene das mãos e observar a chamada etiqueta respiratória, cobrindo a boca com a manga da roupa ou braço em caso de tosses e espirros. Compartilhar o mate é, em tese, um risco, alerta a infectologista Lessandra Michelin, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia. Mas isso é válido para qualquer vírus que cause complicações respiratórias, acrescenta.
– O coronavírus é mais um vírus que pode ser transmitido por gotículas da saliva. Pode passar para outra pessoa pela bomba – diz Lessandra, lembrando ainda que um complicador é o fato descoberto de que um indivíduo sem sintomas pode contagiar outros.
Apesar de chamar a atenção para esta possibilidade, Lessandra ressalta que não existem pesquisas específicas que mostrem a transmissão de outros vírus da família pelo compartilhamento do chimarrão. Mas sustenta que, apesar de a bomba esquentar, não chega a uma temperatura suficiente para ser esterilizada ou inativar o vírus.
A preocupação também chegou na Argentina. Por lá, os especialistas também ressaltam que, mesmo não existindo comprovação científica de transmissão por este meio, o melhor seria evitar o ritual social de dividir o mate.