Liberada para uso medicinal em 31 Estados americanos, a maconha chega agora ao mundo animal. De olho em um mercado potencial de bilhões de dólares, pesquisadores estudam a aplicação do canabidiol, um dos princípios ativos da Cannabis sativa, em cães a gatos. Diferentemente do THC, o canabidiol não causa euforia e nem efeitos alucinógenos, mas é efetivo no combate à dor e outros sintomas de patologias.
Um dos líderes desse movimento é o veterinário Gary Richter, 47 anos, diretor de um "centro de cuidados veterinários holísticos" na Califórnia.
– Há diferenças na forma como a maconha afeta os pets em relação às pessoas, mas os animais podem ter muitos dos benefícios dos humanos –, afirma.
Uma rápida pesquisa em livrarias online remete ao livro Maconha medicinal para pets: um guia prático para preparar cannabis para animais, considerada uma obra pioneira no assunto, não tem ainda tradução para o português.
A página da Associação Americana de Medicina Veterinária também trata sobre a polêmica: "O que os veterinários precisam saber sobre cannabis" será tema de um seminário semana que vem, nos Estados Unidos, onde existe um dilema real entre a liberação da maconha em alguns Estados e a proibição imposta por uma lei federal, o que ainda limita as verbas de pesquisa.
Procurada pelo Informe Especial, a Sociedade de Veterinária do RS se posicionou sobre o tema.
– Há outras formas mais seguras e legais de tratar os animais –, declarou a presidente da entidade, Norma Centeno Rodrigues. Ela desconhece a existência de qualquer pesquisa sobre o assunto aqui no Estado.