Por Carla Rojas Braga, psicóloga
Em simpósio realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, nesta semana, o psiquiatra Gabriel Rossi, representante do Ministério da Saúde do Uruguai, apresentou a preocupação do governo com o uso de entorpecentes por adolescentes, que pode gerar problemas de memória e de reflexo na vida adulta.
Confirmando o que no mundo todo tem sido observado, as universidades de Duke (EUA), Israel , Suécia e Nova Zelândia pesquisaram grupos de milhares de usuários por mais de 30 anos.
O uso de maconha provoca perda de noção do tempo e espaço, além de prejuízo na memória e atenção. Podem ocorrer alucinações auditivas e delírios persecutórios.
O consumo de maconha reduz a capacidade de aprendizado e memorização, além de passar a desenvolver uma falta de motivação para desempenhar as tarefas mais simples do cotidiano. O uso de maconha pode lesar o cérebro, especialmente a região do hipocampo e, em um cérebro em formação como o de um jovem causa lesão neuronal, especialmente no córtex pré frontal, responsável pelo juízo crítico, memória e aprendizado. Fumar maconha pode também desenvolver doenças mentais graves, como a esquizofrenia.
Se há uma lesão em um cérebro jovem, haverá um cérebro adulto sub desenvolvido. O QI do usuário pode diminuir em 8 pontos.
Isso, no mínimo, é um problema de saúde pública. Assim como no Uruguai, em todos os países onde o uso de maconha foi legalizado houve aumento de consumo e aumento da criminalidade e do tráfico.
O Brasil não tem hospitais nem prisões suficientes para lidar com isso e nem vai ter tão cedo, graças à corrupção.
Uma geração precisa ser sempre superior à anterior. Com o uso desenfreado e os danos no cérebro dos adolescentes, provavelmente esta será a primeira vez na história do mundo que uma geração será pior que a anterior.
A legalização da maconha interessa a quem? Talvez àqueles que faturam votos de sequelados nas eleições.